“Começa a desenvolver-se um discurso muito desrespeitoso em torno dos reféns e das suas famílias”, declarou Isaac Herzog, acrescentando que “não há mandamento maior no judaísmo do que a redenção dos cativos”, segundo declarações citadas pelo jornal israelita Yedioth Ahronoth.
“Podemos debater as formas de atingir esse objetivo, mas peço às pessoas, e especialmente aos governantes eleitos, que tenham em conta os sentimentos das famílias dos reféns”, disse o chefe de Estado israelita.
E sublinhou ainda: “É preciso saber comportar-se com a maior sensibilidade e compreender que há alturas em que há coisas que não devem ser ditas em público”.
O ministro das Finanças de Israel, o ultranacionalista Bezalel Smotrich, afirmou na terça-feira que a libertação das pessoas raptadas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) não era o mais importante no atual conflito e que o desmantelamento total do grupo islamita palestiniano devia ser a prioridade.
Numa entrevista à estação de rádio Kan, ao ser questionado se a libertação dos reféns deveria ser uma prioridade, Smotrich afirmou que a questão “não é a mais importante”.
“Porquê fazer uma competição? O que é importante agora? O Hamas tem de ser destruído”, disse.
Nas mesmas declarações, o ministro israelita afirmou que conseguir a libertação dos reféns “é muito importante”, mas sublinhou que procurar esse fim “a qualquer preço” é um “problema”.
“Os reféns devem ser devolvidos, mas é necessário exercer pressão sobre o Hamas”, reforçou Smotrich.
Após estas polémicas declarações, Smotrich lançou uma publicação nas redes sociais em que esclareceu que “só destruindo o Hamas e ganhando a guerra” se poderá “devolver todos os reféns”.
Nesse sentido, insistiu na ideia de destruir o Hamas a um hipotético acordo com a milícia em troca da libertação dos sequestrados.
“Os que apelam a um acordo a qualquer preço conduzirão à derrota de Israel na guerra e eliminarão também a possibilidade de os reféns regressarem a casa”, afirmou Smotrich, que exortou os opositores e os membros do gabinete de guerra a porem de lado “a política mesquinha e insensata”.
No início de outubro passado, o Hamas lançou uma série de ataques em território israelita que causaram cerca de 1.200 mortos, com os milicianos a capturarem pelo menos 240 reféns, 100 deles já libertados.
Por seu lado, o exército israelita lançou uma campanha militar na Faixa de Gaza contra as estruturas das milícias palestinianas.
Segundo as autoridades da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo Hamas desde 2007, o número de mortos na sequência da ofensiva israelita ascende atualmente a quase 30.000, na sua maioria mulheres e crianças. As autoridades israelitas afirmam que mais de doze mil membros do Hamas foram mortos nos ataques contra o enclave palestiniano.
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