A vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA chocou os mexicanos, zangados com a descrição que o candidato republicano fez dos migrantes provenientes do México como violadores e traficantes de droga.

A sua vitória sobre a democrata Hillary Clinton provocou a queda do valor do peso para um mínimo histórico devido aos receios de que Trump concretize as suas promessas de quebrar os laços económicos com o México.

“Felicito os EUA pelo seu processo eleitoral e reitero a @realDonaldTrump a minha vontade de trabalharmos juntos em favor das relações bilaterais”, escreveu Pena Nieto no Twitter.

“O México e os EUA são amigos, parceiros e aliados que devem continuar a colaborar pela competitividade e desenvolvimento da América do Norte”, afirmou.

Pena Nieto enfureceu os mexicanos ao convidar Trump para a sua residência oficial na Cidade do México em agosto e por não ter condenado veementemente os seus comentários sobre os migrantes.

Trump prometeu construir um muro na fronteira com o México e fazer o país vizinho pagar essa obra, assim como prometeu renegociar o Tratado Norte-Americano do Comércio Livre (NAFTA, na sigla em inglês).

Comprometeu-se ainda a deportar milhões de imigrantes sem documentos e ameaçou congelar milhares de milhões de dólares em remessas enviadas pelos imigrantes para as famílias, no México.

O ministro das Finanças mexicano, Jose Antonio Meade, disse hoje que a economia do país é suficientemente robusta para aguentar a agitação provocada nos mercados pela vitória de Trump.

“O México já sobreviveu a desafios de volatilidade no passado que nós enfrentámos com união, aproveitando a nossa força económica e tomando decisões corretas e prudentes. Isto não será uma exceção”, disse Meade no Palácio Nacional.

Meade lembrou que as eleições não terão um impacto imediato nos fluxos comerciais e financeiros ou na possibilidade de as pessoas viajarem.

O México, sublinhou, tem a inflação sob controlo, reservas internacionais num total de 175,1 mil milhões de dólares e estabilidade macroeconómica.

Para o ministro, a força das instituições públicas e privadas do méxico permite ao governo evitar tomar “medidas prematuras que poderiam antecipar-se aos acontecimentos que ainda se desconhecem”.

O mercado de valores mobiliários do México caiu 3,18% na abertura após o anúncio da vitória de Donald Trump como presidente dos EUA, o que levantou preocupações sobre o impacto económico no país.

O índice principal estava em 46,930.55 pontos aos primeiros minutos da negociação, uma queda de 1,539.23 pontos face ao encerramento de terça-feira.