"Se minhas declarações no Conselho Nacional Palestino ofenderam as pessoas, em particular as pessoas de confissão judaica, peço-lhes desculpas", disse Abbas em comunicado, no qual reiterou que condena o Holocausto e "o antissemitismo sob todas as suas formas".

Israel, Estados Unidos, vários países europeus e a ONU criticaram Abbas duramente por sugerir que os assassinatos contra os judeus da Europa ao longo da história se deveram principalmente ao seu papel na sociedade, particularmente no setor bancário, e não tanto ao antissemitismo.

Estas declarações tocaram um ponto muito sensível em Israel. As reações foram muito fortes, isto num momento em que as relações entre o governo israelita e os dirigentes palestinos se deterioraram profundamente.

"Quero garantir a todos que não era minha intenção (ofendê-los), e reitero o meu total respeito pela religião judaica, bem como por todas as religiões monoteístas", disse Abbas nesta sexta-feira.

Mahmoud Abbas foi reeleito também esta sexta-feira na liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Abbas, de 82 anos, "foi proposto e aprovado por unanimidade como presidente do Estado da Palestina", disse à AFP um dos seus conselheiros, Nabil Shaath, no término do encontro do Conselho Nacional Palestino (CNP) aberto na segunda-feira.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é uma organização histórica reconhecida internacionalmente como representante dos palestinos.

Mais de 130 membros da ONU reconhecem um Estado da Palestina, assim como o status de Estado observador não membro das Nações Unidas. Israel, Estados Unidos e vários países da União Europeia não o reconhecem.

O CNP elegeu um novo Comité Executivo, que funciona como o gabinete de Abbas. Foram nomeados 15 membros, em vez de 18, para deixar lugares para o movimento islamista Hamas, rival de Abbas, e para duas siglas menores, as quais, assim como o Hamas, boicotaram o CNP.

Dos 15 membros, nove ingressam pela primeira vez. A reunião do CNP é considerada um meio para consolidar as posições do Abbas. Excluíram-se do conselho potenciais rivais como Yasser Abed Rabbo.

Abbas foi eleito presidente da Autoridade Palestina em 2005 por quatro anos, mas permaneceu no cargo desde então pela falta de eleições, devido às dissensões interpalestinas.

(Notícia atualizada às 12h58)