Uma equipa internacional de investigadores sequenciou o genoma mitocondrial de um homem conhecido como "jovem de Byrsa", um fenício morto há 2 500 anos cujos restos foram encontrados na necrópole de Byrsa, na antiga cidade de Cartago, atualmente na região da Tunísia. As conclusões sugerem que a sua linhagem materna procede algures do litoral norte do Mediterrâneo, provavelmente da Península Ibérica.

A descoberta traz novos dados sobre a história dos fenícios, que, acredita-se, eram originários da região atualmente ocupada pelo Líbano, e depois se espalharam por toda a região do Mediterrâneo. Os investigadores não encontraram vínculos entre o DNA mitocondrial dos restos do fenício e o dos 47 libaneses que foram analisados no estudo.

Os fenícios, conhecidos por terem criado o primeiro alfabeto, habitaram as cidades litorais de Tiro, Sidón, Biblos e Arwad, no atual Líbano e no sul da Síria. Como escreviam em papiros, deixaram poucos vestígios, salvo o que os eruditos gregos e egípcios escreveram sobre eles.

Os restos encontrados revelam a primeira prova conhecida no Norte da África de um haplogrupo (grupo genético com um ancestral comum) raro europeu, conhecido como U5b2c1, segundo a autora principal do estudo, Lisa Matisoo-Smith, professora do departamento de Anatomia na Universidade de Otago, na Nova Zelândia. "O U5b2c1 é considerado um dos haplogrupos mais antigos da Europa e está associado à população de caçadores e coletores locais", disse a investigadora.