António Costa falava no final do debate quinzenal, na Assembleia da República, depois de o vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia ter acusado o PSD e o CDS-PP de serem contra o investimento público.

Tal como na sua intervenção inicial, o primeiro-ministro voltou a defender uma lógica de continuidade em relação a grandes projetos de obras públicas e disse que o PNI tem quatro áreas fundamentais: transporte e mobilidade, ambiente, energia e regadio.

"São as áreas que mais têm a ver com a estruturação do próprio território, de forma a cumprir o objetivo de melhorar a competitividade externa do país e reforçar a coesão interna para uma maior convergência com a União Europeia", apontou.

Após ter transmitido uma mensagem de abertura para que eventualmente se incluam no programa de investimentos "sugestões alternativas" provenientes de outras forças políticas, o líder do executivo destacou a importância da questão da identificação das fontes de financiamento.

"Nenhum dos projetos é apresentado sem a respetiva fonte de financiamento devidamente identificada. Ou é financiamento privado, ou do Estado, ou, ainda, por recursos aos fundos comunitários. Essa identificação é absolutamente essencial, porque o PNI não pode ser simplesmente uma floresta dos nossos desejos", salientou, aqui numa crítica indireta em relação ao anterior executivo.

O PNI, de acordo com António Costa, "tem de ser a linha de rumo que o país tem de fazer ao longo dos próximos anos".

Antes do primeiro-ministro, João Paulo Correia tinha acusado o anterior Governo PSD/CDS-PP de ter deixado para o atual executivo "problemas graves no setor financeiro", referindo então os casos do Banif e da Caixa Geral de Depósitos, e de ter apenas um plano de privatizações ao nível do setor dos transportes.

O vice-presidente da bancada do PS acusou depois "PSD e CDS-PP de não serem amigos do investimento público" e de terem deixado os projetos de investimento em infraestrutura sem qualquer financiamento.

Já a deputada socialista Hortense Martins procurou destacar a importância do PNI 2030, dizendo que envolve quase 22 mil milhões de euros.

"Será um instrumento essencial para o desenvolvimento do país ao longo da próxima década", acrescentou a deputada do PS eleita pelo círculo de Castelo Branco.