“No início da manhã de hoje, pessoas equipadas e determinadas (…) fizeram prova de uma grande violência”, sublinhou o primeiro-ministro.
De acordo com Philippe, a polícia foi atacada e qualificou estes ataques como uma violência raramente vista.
“Temos, até ao momento, mais de 107 detenções, o que é um número considerável”, disse o chefe de Governo na sede da polícia de Paris.
Esta avaliação provisória já excede o número de detenções no protesto anterior nos Campos Elísios, que ocorreu no último sábado, e no qual 103 pessoas foram presas.
O dia de mobilização de “coletes amarelos” reunia hoje, ao meio-dia, menos de 36 mil manifestantes em toda a França e 5.500 em Paris, acrescentou.
O primeiro dia nacional de ação, a 17 de novembro, reuniu 282.000 pessoas e o segundo 106.000, incluindo 8.000 em Paris, segundo dados do Ministério do Interior.
Édouard Philippe disse que ficou chocado “por terem sido colocados em causa símbolos que são símbolos da França”, referindo-se ao Arco do Triunfo e outros monumentos que estão no local dos confrontos.
A praça da Estrela, no alto dos Campos Elíseos, e o Arco do Triunfo ficaram tomados pelas nuvens de gás lacrimogéneo quando centenas de manifestantes afrontaram as forças da ordem.
Em torno da chama do soldado desconhecido, que repousa sob o Arco do Triunfo, os manifestantes com capacetes e capuzes cantaram a Marselhesa, num clima extremamente tenso.
“Estamos determinados a garantir que nada será desculpado àqueles que foram ao local apenas com o desejo de quebrar, para provocar a polícia, para levar um discurso revolucionário de preocupações que nada têm a ver com as questões que foram levantadas pelo Presidente da República e que o governo pretende resolver”, declarou.
Philippe declarou que, na França, existe um compromisso com a liberdade de expressão.
“Ela está garantida, ela será defendida. Estamos comprometidos com o diálogo e todos aqueles que desejam, juntamente com o Governo, com todas as organizações sindicais e políticas, trabalhar na definição de soluções para as quais vos convida o Presidente da República e serão bem-vindos”, afirmou.
Foram mobilizados 4.000 polícias para manterem a ordem nos Campos Elísios. Fonte policial, citada pelos meios de comunicação franceses, referiu que pelo menos dez polícias ficaram feridos.
O movimento de “coletes amarelos” nasceu espontaneamente num sinal de protesto contra a taxação de combustíveis em França.
As ações de contestação estão a causar grande embaraço ao Governo francês, tendo corrido mundo as imagens de confrontos entre manifestantes vestindo coletes amarelos e a polícia, no passado sábado, na emblemática avenida dos Campos Elísios.
As reivindicações dos coletes amarelos não mudaram, mesmo depois do Presidente Emmanuel Macron se ter dirigido à nação na passada terça-feira.
Carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo são as queixas mais comuns entre quem escolheu vir a Paris manifestar. Anais, Marie e Gaelle vieram da Bretanha, no sudeste da França, e dizem que já só querem a demissão de Macron.
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