“Estas medidas constituem uma nova guerra contra o povo palestiniano (…) e contra a sobrevivência da Autoridade Nacional Palestiniana”, declarou Shtayyeh, antes da reunião semanal do Governo.

“Têm o único objetivo de empurrar a Autoridade Palestiniana para a beira de um abismo financeiro e institucional”, sublinhou, garantindo que esta política acabaria em fracasso.

Na sexta-feira, o novo Governo de Israel, liderado por Benjamim Netanyahu, aprovou uma série de sanções contra a Autoridade Palestiniana como represália à pressão que está a fazer na ONU contra a ocupação israelita.

“A única pessoa responsável pelo seu declínio é a própria Autoridade Palestiniana, que optou por encorajar o terrorismo e a matança de israelitas. Não aceitaremos isso”, disse no domingo o ministro das Finanças do novo Governo israelita, Bezalel Smotrich, que assumiu funções em 29 de dezembro e é considerado o mais à direita na história do país.

“Enquanto a Autoridade Palestina promover o terrorismo e for um inimigo, qual é o meu interesse em ajudá-la a continuar a existir?”, questionou Smotrich durante uma conferência de imprensa diante de famílias de vítimas de atentados promovidos por palestinianos.

Entre as medidas aprovadas pelo gabinete de segurança do Governo de Israel, repleto de aliados de extrema-direita e religiosamente conservadores de Netanyahu, está a que permite a Israel reter 39 milhões de dólares (36,8 milhões de euros) destinados à Autoridade Palestiniana, transferindo esse montante para um programa de compensação para as famílias das vítimas israelitas de ataques de militantes palestinianos.

Outra medida é a decisão de Israel reduzir ainda mais as verbas que normalmente transfere para a Autoridade Palestiniana, uma quantia igual à que o executivo palestiniano pagou em 2022 a famílias de prisioneiros e mortos palestinianos no conflito, incluindo militantes implicados em ataques contra israelitas.

A liderança palestiniana considera que os pagamentos visam criar o bem-estar social necessário, enquanto Israel diz que o chamado Fundo dos Mártires incentiva a violência. Os fundos retidos por Israel ameaçam exacerbar os problemas fiscais da Autoridade Palestiniana.

Outras medidas anunciadas estão concentradas na Cisjordânia, que Israel capturou na guerra de 1967. Ao longo das décadas de negociações de paz fracassadas, Israel controlou o território, que os palestinianos há muito reivindicam como parte do Estado que querem criar.

O novo Governo de extrema-direita de Israel prometeu dar prioridade à expansão dos colonatos e legalizar os postos avançados construídos ilegalmente. Israel já construiu dezenas de colonatos judaicos que abrigam cerca de 500.000 israelitas que vivem ao lado de cerca de 2,5 milhões de palestinianos.

O Gabinete de Segurança do executivo também disse que irá suspender a construção palestiniana na chamada “Área C”, os 60 por cento do território da Cisjordânia onde, sob acordos de paz provisórios, Israel já exerce o controlo total.

Segundo dados da ONU, a “Área C” inclui os colonatos, bem como as zonas rurais que abrigam cerca de 300.000 palestinianos.

O Governo israelita adiantou ainda que vai “agir”, sem especificar como, contra organizações na Cisjordânia que “promovam atividades terroristas ou quaisquer atividades hostis”, o que inclui grupos que realizam “ações políticas e legais contra Israel cujas ações são disfarçadas como trabalho humanitário”. Estão ainda por esclarecer quais os grupos que podem ser visados por estas ações do Governo israelita.

Israel também decidiu, no sábado, revogar as autorizações de entrada em solo israelita para três alto responsáveis palestinianos, nomeadamente do Fatah, o partido do Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas.

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