As manifestações começaram há vários dias contra uma resolução especial do governo que na prática descriminalizava casos de corrupção que causem danos ao Estado até aos 44.000 euros. Ou seja, acabava com as penas de prisão para os responsáveis da administração implicados desde que o Estado não fosse lesado acima desse montante.
O primeiro-ministro – que no domingo aboliu formalmente o polémico decreto – deixou ainda a ideia de que o executivo não vai avançar imediatamente com uma medida paralela com o objetivo de descriminalizar as más condutas.
Sorin Grindeanu admitiu que “o decreto causou divisões” e sugeriu que poderá afastar o ministro da Justiça no final da semana.
A tensão política na Roménia continua elevada, com centenas de apoiantes do Governo a concentrarem-se hoje ao final da tarde em frente ao palácio presidencial em Bucareste, culpabilizando o Presidente Klaus Iohannis pela crise. O Presidente foi um dos políticos que se opôs fortemente à medida.
No entanto, e pela sétima noite consecutiva, manifestantes juntaram-se perto dos edifícios governamentais na Praça da Vitória, local dos maiores protestos na Roménia desde que o regime comunista foi derrubado em 1989.
A líder dos Sociais-Democratas, Liviu Dragnea, reuniu-se hoje com os líderes dos partidos que apoiam a coligação governamental e afirmou que a sua formação “manifestou um apoio sem reservas pelo executivo… e pelo Primeiro-Ministro”. Dragnea não pode ascender ao cargo de primeiro-ministro devido a uma condenação em abril de 2016, por fraude eleitoral.
O governo já garantiu que vai apresentar uma nova versão do decreto ao parlamento, onde os partidos que o suportam têm a maioria.
O Tribunal Constitucional romeno vai tomar uma decisão sobre a legalidade do decreto de descriminalização no final da semana.
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