Dos 14 suspeitos identificados na sequência da operação, apenas um está “fortemente indiciado” pelo crime de tráfico de armas, tendo sido preso preventivamente, afirmou hoje o diretor da Diretoria do Centro da PJ, Jorge Leitão, referindo que os restantes suspeitos – dois detidos e 11 constituídos como arguidos – estão indiciados por detenção de arma proibida.
“Era um caso muito grave, de alguém que se dedicaria à venda de armas, sem estar licenciado para o efeito”, afirmou o responsável, numa conferência de imprensa na sede da Diretoria do Centro, em Coimbra.
Segundo Jorge Leitão, muitas das armas que o principal suspeito vendia não permitiam a sua transação por um civil, tendo sido apreendidas armas com “apetência para serem exclusivamente utilizadas por forças militares e forças de segurança”.
No decorrer das 21 buscas domiciliárias realizadas nos concelhos de Soure, Figueira da Foz e Nazaré, foram apreendidas 27 armas longas, 32 pistolas, 21 revólveres, sete pistolas transformadas ou em fase de transformação, oito armas de alarme, quatro armas brancas proibidas, sete detonadores e mais de 9.200 munições de calibres variados, entre outro material.
De acordo com os elementos recolhidos pela PJ, não se está perante um grupo, antes um único homem, com licença para a prática de tiro desportivo e registado como colecionador, que vendia para várias zonas do país, aproveitando-se do seu estatuto “para se mover no meio das armas”.
O suspeito tem cerca de 60 anos e mora no distrito de Coimbra, acrescentou.
Até ao momento, a investigação não está concluída, sendo que será feita uma perícia a todas as armas para verificar se alguma foi utilizada na prática de algum crime ocorrido, referiu Jorge Leitão.
Para além de armas de uso das forças de segurança e militares, foram também apreendidas armas de valor histórico, como a Walter P38 usada pelos oficiais da Legião Portuguesa ou uma Mauser cabo de vassoura, com coldre de madeira que podia ser usado como coronha.
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