A Fundação Oceano Azul, criada em 2017, tem em vigor um protocolo com a Fundação Alberto II do Mónaco, que se dedica à luta contra os efeitos das alterações climáticas, a proteção da biodiversidade e a gestão da água.
O príncipe do Mónaco visitou o Oceanário de Lisboa com o propósito de se manter a par das ações desenvolvidas pela fundação parceira.
“Quero enaltecer o trabalho fantástico que a Fundação Oceano Azul tem feito e a minha fundação é privilegiada por ser uma parceira e por estar a desenvolver vários projetos para diferentes públicos, mas também pelo lado educativo, em que encoraja para uma melhor proteção das marinhas”, expressou o príncipe.
O príncipe monegasco desenvolveu a campanha oceanográfica “Mónaco Explorations”, uma expedição científica de três anos, devido à sua preocupação e interesse pela preservação dos oceanos.
Quando questionado acerca do futuro dos oceanos, o príncipe deixou uma mensagem: “Ainda há esperança, porque ainda há tempo. É o melhor tempo para as oportunidades, para mudar, ainda há tempo para mudar”.
Alberto II considera que, juntando vários grupos da sociedade, da comunidade científica e da comunidade dos negócios e organizações, “é possível pôr em prática soluções que vão ajudar o estado do planeta, mas mais importante ainda, o estado dos oceanos. Os oceanos são a chave para a nossa sobrevivência, a longo prazo”.
O presidente executivo da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, referiu a importância da colaboração com a fundação do príncipe.
“Com este diálogo temos conseguido, por exemplo, organizar uma coligação nas Nações Unidas, de fundações e organizações não-governamentais, como a WWF, para preparar a próxima conferência das Nações Unidas, que vai ter lugar em Portugal, da ONU”, disse Tiago Pitta e Cunha.
Relativamente às mudanças necessárias para a proteção dos oceanos, o presidente executivo da Fundação Oceano Azul referiu a importância de parcerias com fundações e organizações, destacando o “importante papel do príncipe em conseguir que o painel intergovernamental de cientistas das alterações climáticas saísse agora com este relatório sobre os oceanos e a criosfera”, completou.
Pitta e Cinha referia-se ao relatório lançado em 25 de setembro no Mónaco pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), que pedia ações urgentes para reduzir emissões de gases com efeito de estufa, de modo a impedir que os gelos permanentes derretam a um ritmo sem precedentes, elevando o nível dos oceanos com consequências para mais de mil milhões de pessoas.
O responsável da Fundação Oceano Azul considera que a principal alteração para que a proteção dos oceanos seja possível é a adaptação da economia. “Eu estou absolutamente convencido que o século XXI vai ver nascer uma nova economia, que é a economia do clima”.
“Vamos apostar na biotecnologia, a bioeconomia vai ser a grande economia do futuro no sentido em que nos vai permitir ficar menos dependentes de recursos naturais”, concluiu.
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