“A minha mulher não me deu o respeito que uma mulher normal deve dar ao seu cônjuge. Falhei”, afirmou Henrique, numa entrevista exclusiva à revista Se og Hor, que hoje divulgou alguns fragmentos do texto que será publicado na quarta-feira.
As declarações do príncipe, de 83 anos, que em janeiro do ano passado abandonou as suas obrigações como consorte para se retirar para segundo plano, foram proferidas dias depois de a Casa Real confirmar que os seus restos mortais não ficarão junto aos da sua mulher no túmulo construído na catedral de Roskilde (este da Dinamarca).
Segundo explicou na altura o porta-voz da instituição, Lene Balleby, a decisão de Henrique obedece à conhecida insatisfação deste sobre o papel que desempenha na família real e com o seu título. Todavia, Henrique deverá ser sepultado na Dinamarca, embora o lugar ainda esteja por determinar.
“É ela que se ri de mim. Não me casei com a rainha para ser enterrado em Roskilde [onde repousam os reis dinamarqueses desde há séculos]. A minha mulher decidiu que quer ser rainha e isso deixa-me feliz. Mas como pessoa, se um homem e uma mulher estão casados, são iguais”, acrescentou o príncipe consorte.
Henrique, com quem Margarida está casada desde 1967, depois de o ter conhecido enquanto diplomata de origem francesa, em Londres, afastou um eventual divórcio e sublinhou o amor que existe entre o casal.
A entrevista foi concedida na semana passada no castelo em Caix (Sul de França), antes de Margarida se juntar a Henrique para passarem uns dias de férias juntos.
A Casa Real dinamarquesa segue a tradição de outros países europeus, que não outorgam o título de rei ao marido da rainha, mas apenas o de príncipe consorte, um papel em que Henrique nunca se sentiu cómodo, o que originou reclamações constantes e levou a várias piadas nos media dinamarqueses.
Em 2002, a Casa Real ficou constrangida depois de Henrique ter partido para o seu retiro francês e também depois de num evento de Ano Novo, estando a rainha doente, o príncipe herdeiro Frederico ter sido escolhido como anfitrião.
Isso fez com que o príncipe consorte se sentisse “inútil” e “relegado”, o que levou a que não marcasse presença no casamento de Guilherme e Máxima de Holanda.
Os rumores de divórcio, a luta pelo poder ou depressões terminaram uns meses depois, com uma sessão fotográfica da família, embora Henrique não tenha conseguido evitar o nome de “príncipe chorão” na imprensa cor-de-rosa.
Em 2015, Henrique da Dinamarca protagonizou mais outro episódio polémico, quando se ausentou dos seus atos no 75.º aniversário da rainha alegando ter gripe, embora poucos dias depois tenha partido em férias em Veneza com amigos.
[Texto corrigido às 12h35]
Comentários