"Na próxima segunda-feira vamos solicitar a intervenção do Ministério da Agricultura porque temos dezenas de agricultores que sofreram quebras de produção significativas, entre os 50% e os 80%, que necessitam de apoio financeiro para fazer face aos prejuízos, sob pena de terem de abandonar a atividade", disse à agência Lusa Joaquim Caçoete, presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).
O representante dos agricultores do distrito falava no final de uma reunião ocm cerca de três dezenas de produtores de uva da região de Setúbal, que decorreu sexta-feira à noite na União de Freguesia Poceirão/Marateca, no concelho de Palmela.
"Um dos produtores que participou na reunião teve uma quebra de produção de 80% na uva branca", frisou o dirigente da AADS, convicto de que se não houver apoio por parte do governo alguns produtores poderão ver-se forçados a abandonar a atividade.
"Alguns destes agricultores sofreram prejuízos significativos pelo segundo ano consecutivo, dado que o ano passado, já tinham tido prejuízos avultados devido ao calor intenso que também se fez sentir na região de Setúbal na mesma altura em que ocorreu a tragédia na zona de Pedrógão", acrescentou.
Joaquim Caçoete adiantou ainda que além das três dezenas de produtores que estiveram na reunião de sexta-feira, "há muitos outros que não puderam comparecer mas prometeram deslocar-se na próxima semana à AADS para preencherem os formulários a dar conta dos prejuízos que sofreram devido ao 'escaldão' do passado mês de agosto".
De acordo com o presidente da AADS, a maior parte dos seguros disponíveis para os produtores de uva "são caros" e só cobrem parte dos prejuízos sofridos neste tipo de situações, pelo que o apoio do governo é fundamental para os agricultores que sofreram prejuízos significativos.
Comentários