Os produtores decidiram remover o episódio dos canais que transmitem a série, assim como dos serviços de streaming que os disponibilizam. James L. Brooks, produtor executivo, de acordo com o The Guardian, afirmou mesmo que "era a única escolha a fazer". Matt Groening, criador da famosa família amarela, segundo Brooks, apoia a decisão.

O documentário "Leaving Neverland", que revela crimes de abuso sexual de crianças que o cantor Michael Jackson terá cometido, com depoimentos de duas alegadas vítimas, está disponível na plataforma da HBO Portugal desde esta sexta-feira.

No episódio de "Os Simpsons" em questão, com o nome "Stark Raving Dad Simpsons", Michael Jackson empresta a voz a uma personagem que partilha uma cena com Homer Simpson num hospital psiquiátrico chamada Leon Kompowsky — que a determinada altura revela a Homer que é na verdade o rei da Pop e até faz o célebre “moonwalk” para o comprovar.

Exibido originalmente em 1991, o envolvimento do cantor só viria a ser confirmado anos mais tarde. No entanto, agora, 28 anos depois, o episódio foi removido pelos produtores da série "Os Simpsons" devido ao documentário da HBO.

O documentário centra-se no testemunho de dois homens, Wade Robson e James Safechuck, que dizem ter sido abusados durante anos por Michael Jackson, desde muito jovens.

Alguns elementos da família Jackson já vieram negar as alegações e dizer que a motivação para as acusações feitas é meramente financeira.

O coreógrafo australiano Wade Robson, agora com 36 anos, revelou que o músico abusou sexualmente dele desde os sete anos de idade e que o violou até aos 14 anos, enquanto James Safechuck, de 40 anos, declarou que Michael Jackson abusou dele “desde os 10 até perto dos 14″, segundo revelaram à BBC.

Os dois homens responderam ainda afirmativamente à pergunta sobre se os abusos haviam ocorrido “centenas e centenas de vezes”.

Esta é só mais uma reação ao documentário, uma vez que já durante esta semana saíram notícias de que várias rádios têm estado a retirar as músicas de Michael Jackson do ar numa reação às revelações do documentário. Na Nova Zelândia, a emissora pública e os principais rivais comerciais uniram-se para deixar de passar os êxitos do cantor norte-americano.