Em declarações à agência Lusa no final da cerimónia de atribuição do prémio, em Lisboa, José Teixeira, professor de Física e Química, revelou que o valor do prémio será aplicado no projeto de ensino experimental que tem vindo a desenvolver e que possivelmente será alargado a outras escolas.
"No ensino formal temos programas extremamente longos, tento articular com o ensino experimental", disse aos jornalistas no final do evento.
Ao receber o prémio, José Teixeira começou por defender que todas as aulas devem começar com humor e afirmou que concorreu por si e por todos os professores do interior, pelas dificuldades que enfrentam.
"Trabalhamos 22 horas letivas e muitas outras", disse o professor, referindo outras questões que acabam por afetar a vida dos habitantes do interior, como os incêndios, a seca, a escassez de meios e transportes. "Antes de vir para aqui já dei as aulas de segunda, de terça, de quarta, de quinta? Estou esgotado".
O discurso foi interrompido com a entrega do prémio.
Professor desde 1994, considerou que o prémio é "um incentivo para os professores do interior". O docente fundou um Clube de Ensino Experimental das Ciências.
Um dos professores que subiu ao palco e que não pode ficar até ao final da cerimónia porque tinha alunos para treinar fez um apelo aos representantes da Assembleia da República para que contabilizem todos os anos de serviço dos docentes, no âmbito do descongelamento da carreira.
"Fomos nós que aguentámos a fome e as crises nas escolas. Descongelem a nossa carreira, porque é o nosso trabalho", declarou Paulo Barrigana, professor de educação física, num breve, mas emotivo discurso, em que alertou para os problemas vividos nas escolas.
Professor, há 30 anos, está inserido numa escola de Sintra e dedica-se atualmente a projetos desportivos.
O prémio hoje atribuído constitui a primeira edição em Portugal de uma iniciativa existente a nível internacional e é de iniciativa privada.
Convidado a participar no encontro, o secretário de Estado da Educação, João Costa, enviou uma mensagem através de Skype, em que afirmou que o país tem "uma dívida de gratidão" para com os professores que estão todos os dias nas escolas.
Citando Nelson Mandela, o governante afirmou que a educação é a melhor arma para transformar o mundo e sustentou que sem transformadores essa arma não existe.
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