André Pestana, dirigente sindical do STOP explicou à Lusa que esta é uma das iniciativas decididas no encontro nacional do sindicato, que teve lugar no sábado, e onde ficou definido avançar com um conjunto de formas de luta por melhores condições para todos os que trabalham na escola pública.
A Caravana em defesa da escola pública, explicou, percorrerá praticamente todos os distritos de Portugal Continental já a partir de segunda-feira e até 20 setembro e em cada dia terá um ou dois assuntos chave.
Na segunda-feira, o tema será a necessidade urgente de remover estruturas de amianto de todas as escolas portuguesas e iniciar-se-á às 11:00 junto à sede do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, às 16:00 na Escola Secundária de Seia e, às 21:15, na Biblioteca Municipal da Covilhã.
Esta iniciativa, frisou, será realizada numa autocaravana que simboliza a constante instabilidade/mobilidade que milhares de professores sentem nas suas vidas.
Até 20 de setembro, com a passagem por vários distritos, adiantou André Pestana, o STOP pretende também contribuir para a recolha de assinaturas para a Iniciativa Legislativa Cidadão (ILC), destinada à contagem imediata de todo o tempo de serviço dos professores.
A ILC foi lançada em abril, no âmbito das reivindicações relacionadas com o descongelamento das carreiras da administração pública e pode ser assinada por qualquer cidadão.
Os professores reclamam a contagem de nove anos e quatro meses de serviço e rejeitam que o processo se faça faseadamente ao longo dos próximos anos, conforme foi proposto nas negociações entre o Governo e os sindicatos do setor.
Segundo o dirigente do STOP, no encontro de sábado foi ainda decidida a criação de grupos de trabalho para ver a viabilidade de realizar outras iniciativas em defesa da escola pública, entre as quais vigílias.
Por outro lado, o STOP decidiu ainda aderir à manifestação nacional marcada para 05 de outubro, Dia Internacional do Professor e na qual esta prevista a participação de outras organizações sindicais, entre as quais a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Na sexta-feira, após reunião com várias estruturas sindicais, o Governo decidiu avançar unilateralmente com a sua proposta de contagem de tempo de serviço congelado aos professores, devolvendo em janeiro de 2019 apenas dois anos, nove meses e 18 dias, dos mais de nove anos reivindicados pelos sindicatos.
Para a reunião foram convocadas as dez estruturas sindicais que subscreveram a declaração de compromisso assinada em 18 de novembro com o Governo, entre as quais as duas federações – Fenprof e FNE – ficando de fora o recém-criado Sindicato de Todos os Professores (STOP), que acusou o Governo de “discriminação política” ao excluir a estrutura da mesa de negociações na qual já teve assento em reuniões anteriores.
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