“Não apenas e só pelas lutas dos professores, mas também porque hoje, prestes a iniciar o novo ano letivo, há muitos alunos que não vão ter professores no dia 12 [de setembro]”, disse Pedro Barreiros à agência Lusa, no concelho de Penacova, distrito de Coimbra, junto ao Itinerário Principal 3 (IP3).
O dirigente sindical salientou que a falta de docentes “não é devido às lutas, mas porque não existe quem queira ser professor e o ministério da Educação nada faz para tornar a carreira atrativa para que os mais jovens queiram ser professores”.
Na freguesia de Oliveira do Mondego, ao lado do IP3, que liga Coimbra a Viseu, a FNE inaugurou hoje o ‘outdoor’ de lançamento do IP 6623, em alusão ao tempo de serviço que o Governo ainda não contabilizou aos docentes para efeitos de subida na carreira.
Com esta iniciativa, que marca o arranque das ações pela recuperação do tempo de serviço congelado, a FNE denunciou que o Governo liderado pelo socialista António Costa não cumpriu a promessa de requalificar aquele itinerário, em detrimento do tempo de serviço dos professores.
“O IP3 teve de ser relembrado, essencialmente porque foi uma promessa que, paralelamente, condicionou a recuperação do tempo de serviço dos professores”, sublinhou o secretário-geral daquela estrutura, salientando que, afinal, “nem uma coisa nem outra foram feitas”.
Pedro Barreiros frisou que, se “porventura, tem sido recuperado o IP3, os professores não tinham argumentos para estar hoje a fazer esta comparação”.
“Não tendo sido recuperado o IP3 nem o tempo de serviço, temos de perguntar ao primeiro-ministro o que esteve mal para que nem uma coisa nem outra tenham sido recuperadas”, sublinhou.
O dirigente sindical anunciou que a FNE tem já várias ações de luta agendadas até meio de outubro, destacando as greves ao sobretrabalho, horas extraordinárias e componente não letiva a partir de 12 de setembro, dia em que se inicia o novo ano letivo.
Entre 02 e 06 de outubro estão previstas concentrações diárias nas escolas, plenários, uma concentração à porta da residência oficial do primeiro-ministro, um seminário internacional (dia 05) e uma greve nacional de professores e educadores (dia 06).
“Já temos um calendário vasto e rico até meados de outubro, mas não vamos parar por aqui e a nossa ação vai depender da disponibilidade do Governo e do ministério da Educação para nos sentarmos à mesa e respondermos aos problemas que afetam os alunos, as famílias e, obviamente, os professores”, sublinhou Pedro Barreiros.
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