Com a terceira vaga da pandemia, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou um elevado volume de trabalho suplementar. De acordo com o Jornal de Notícias, nos primeiros quatro meses deste ano, os profissionais de saúde fizeram perto de 8,2 milhões de horas extra – o que representa um aumento de 73% em comparação com o período homólogo.
Os dados do portal de monitorização do SNS, reportavam até abril o registo de mais 3,5 milhões de horas suplementares trabalhadas, a maioria em serviço extraordinário diurno e noturno. No total, 8,184 milhões de horas (+73%) em quatro meses - quase metade do total registado em todo o ano de 2020. No ano passado, foram registadas 17,4 milhões de horas extra, num acréscimo de 20%.
Desde 2014, data em que começou a ser realizado o registo, nunca tinha sido verificado um volume de trabalho suplementar tão elevado. Em janeiro, altura em se atingiu o pico da terceira vaga, as horas extra quase duplicaram, para 2,3 milhões. Do total de 8,184 milhões de horas extra contabilizadas até abril, a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo é responsável por 35% e a do Norte por 33%.
Há médicos e enfermeiros que já atingiram o limite anual de trabalho suplementar.
Citado pela publicação, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, refere que "os médicos têm um limite de trabalho suplementar de 150 horas por ano (contrato individual de trabalho) ou 200 horas por ano (contrato em funções públicas)". No caso dos enfermeiros, o patamar está nas 150 horas anuais.
No respetivo período analisado, o SNS contou com mais 10.925 profissionais de saúde, um aumento de 7,96% relativamente ao período homólogo. No entanto, os profissionais alertam que não é suficiente é que é necessário realizar contratações para o setor.
O JN refere ainda que nos primeiros três meses de 2021, registaram-se quase 1,5 milhões de dias de ausência, destacando-se o mês de fevereiro, com 547 mil dias (+50,6%). No ano passado, maio registou o maior número de dias de ausência – 598 mil.
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