O arquiteto Álvaro Siza Vieira - que recebeu o Leão de Ouro de Veneza em 2012 - representa Portugal na bienal, numa escolha comissariada pelos arquitetos Nuno Grande e Roberto Cremascoli.
Na Bienal, que abrirá ao público no próximo sábado, estará exposto o projeto de loteamento de habitação social que Siza Vieira desenhou há mais de trinta anos, e cuja construção ficou incompleta, prevendo-se agora a sua conclusão.
O curador Roberto Cremascoli, na apresentação da representação portuguesa, disse, por isso, que esta se trata de “uma obra em construção”, “num lugar que é o campo de Marte na ilha Giudecca", incidindo "sobre a prática de um arquiteto" e do seu encontro com outro arquiteto, Aldo Rossi, os dois responsáveis pelo projeto do bairro previsto para aquele local.
Siza Vieira e Aldo Rossi venceram os concursos respetivos, na década de 1980, para a construção do bairro.
“Em 2004, foram entregues aos residentes os primeiros apartamentos dos edifícios de [Aldo] Rossi e [Carlo] Aymonino. Em 2008, os primeiros 32 apartamentos da primeira fase de Álvaro Siza. Em 2010, por falência do construtor, ficaram por acabar 19 apartamentos da segunda fase de Álvaro Siza”, assim como a praça, como descreveu Cremascoli, quando da apresentação da representação portuguesa, no Porto, no passado mês de março.
Este ano, mais de 30 anos depois, “está a ser lançado o concurso para completar a intervenção de Álvaro Siza naquele lugar”, aproveitando o projeto português para a Bienal de Veneza, “Neighbourhood – Where Álvaro meets Aldo”.
“O curador curou uma zona de Veneza doente, que não se completava”, referiu, por seu lado, Siza Vieira, durante a apresentação, que se realizou na livraria Circo de Ideias, no bairro da Bouça, no Porto, projetado por si.
Siza Vieira revisitou, para este projeto, os bairros da sua autoria, em cidades tão diferentes como Berlim ou Haia.
A 15.ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que decorrerá de 28 de maio a 27 de novembro, toma o título "Reporting from the front" e tem curadoria do chileno Alejandro Aravena, recém-distinguido com o Prémio Pritzker de arquitetura, que defende a importância da arquitetura no aumento da qualidade de vida das pessoas.
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