Em comunicado, o Fumaça refere que o projeto sem fins lucrativos já arrecadou, no total, "mais de 400 mil euros em bolsas de jornalismo independente" e que tem como objetivo "chegar à sustentabilidade e ser completamente financiado pelos leitores e ouvintes nos próximos dois anos".
Desde de 2018, "ano em que o projeto recebeu o primeiro financiamento e se constituiu como órgão de comunicação social, a comunidade Fumaça tem vindo a crescer significativamente", adianta.
No ano passado, "os donativos individuais recorrentes, um total de 400 euros por mês, cobriam cerca de 5% das despesas do Fumaça, enquanto que hoje representam mais de 40%, cerca de 4.000 euros por mês", detalha o projeto de jornalismo de investigação.
"A comunidade de contribuidores Fumaça conta hoje com mais de 1.200 pessoas e a contribuição média é de seis euros", acrescenta.
Os conteúdos jornalísticos do Fumaça são de acesso livre, embora "haja uma série de benefícios para a comunidade: workshops gratuitos, acesso a um chat exclusivo da comunidade Fumaça, sessões 'Ask Me Anything' com convidados, e acesso aos guiões das entrevistas", refere.
"Vamos continuar a apostar em jornalismo de investigação em áudio, feito com profundidade e tempo para pensar, e queremos ser o primeiro projeto de jornalismo em Portugal a ser totalmente financiado pelas pessoas. Esta bolsa vai ajudar-nos a chegar a esse objetivo", afirmou Ricardo Esteves Ribeiro, cofundador do Fumaça e jornalista, citado no comunicado.
Em setembro último, o projeto de jornalismo de investigação em áudio já tinha arrecadado mais de 20 mil euros em campanhas de 'crowdfunding' para financiar três séries documentais: mulheres esquecidas pela história, presos e prisões e o realojamento e eliminação de bairros de autoconstrução.
"Durante o próximo ano, estas três grandes investigações serão o foco da redação, que conta já com vários prémios de jornalismo", adianta o grupo.
Entre os prémios de jornalismo constam a Gazeta Revelação 2018, com "Palestina, histórias de um país ocupado", Melhor Narrativa Sonora Digital nos Prémios de Ciberjornalismo em 2018, com "Aquilo é Europa", e Podcast do Ano nos prémios Podes 2019, e Melhor Podcast de Informação e Educação de 2020.
O projeto não tem publicidade ou qualquer dependência de empresas privadas.
O Fumaça, criado há quatro anos, é detido por uma organização sem fins lucrativos e conta com uma equipa de sete pessoas a contratos permanentes e cinco pessoas em regime de 'freelance', incluindo um jornalista no Brasil, refere.
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