“Estávamos praticamente no zero” naquele que “é um dos maiores projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na área da educação”, afirmou Fernando Alexandre, que tutela não só esta área, mas também as pastas da Ciência e Inovação.

Segundo o ministro, que falava à agência Lusa após uma reunião em Évora para abordar estes projetos, os centros tecnológicos especializados envolvem um investimento de “480 milhões de euros”, através do PRR, e abarcam “365 escolas profissionais”.

“No fundo, estas verbas são para reequipar” essas escolas, com “equipamentos ‘estado da arte’, atualizados e que vão ser essenciais para termos condições para qualificar os nossos jovens e fazer do ensino profissional aquilo que ele deve ser”, destacou o ministro da Educação.

O ensino profissional, de acordo com Fernando Alexandre, “é uma área que tem vindo a ser escolhida cada vez mais” pelos jovens portugueses e é onde podem ‘ganhar’ competências “na área da digitalização, na área da indústria”.

Com os centros tecnológicos especializados, o objetivo é dar “respostas às necessidades das empresas, garantindo empregabilidade e bons salários para as pessoas, para as famílias tomarem essa opção”, frisou.

Em Évora, o ministro da Educação, Ciência e Inovação participou na 5.ª e última reunião com direções escolares e municípios sobre o projeto relativo aos centros tecnológicos especializados, encerrando um périplo pelo país iniciado na passada segunda-feira, em Lamego (Viseu).

No final dessa 1.ª reunião, o governante já tinha dito que os centros tecnológicos especializados estavam “muito atrasados” e revelou ter sido constituído um grupo de trabalho para agilizar processos.

Nas declarações de hoje em Évora, Fernando Alexandre argumentou que o ministério pretende garantir que a oferta responde à procura acrescida pelo ensino profissional e insistiu que, no caso dos centros tecnológicos especializados, o objetivo é acelerar a sua execução.

“Nós vamos acompanhar projeto a projeto e vamos identificar, com uma linha direta para o meu gabinete e para os serviços do ministério, todas as dificuldades, todos os obstáculos” com que as escolas se depararem para a implementação dos centros.

As dificuldades estão identificadas “em muitas dimensões” e é preciso encontrar “as soluções para que as escolas não fiquem bloqueadas à espera de uma solução durante 15 dias/um mês”, porque essa espera, “para o horizonte” que Portugal tem para concluir o PRR, “é imenso tempo”.

“A ideia é mesmo responder dia-a-dia, para podermos garantir que o investimento é realizado” e que “Portugal cumpre as metas”, fazendo com que, no final do processo, as escolas nacionais “têm o equipamento ‘estado da arte’”, ao nível do “melhor na Europa” e adequado às necessidades da economia e da indústria, insistiu.