O objetivo é garantir a navegabilidade daquele troço internacional do rio, que se estende por 13 quilómetros, entre Alcoutim, no Algarve, e Pomarão, no concelho de Mértola, já no Alentejo, explicou à Lusa a tenente Catarina Nunes, coordenadora hidrográfico do levantamento, iniciado em outubro.
A aquisição dos dados de sondagem do leito do rio é feita através de um sistema de alta resolução multifeixe, instalado numa lancha, permitindo visualizar o fundo do rio a três dimensões, e de um sondador de feixe simples, instalado num bote, referiu aquela responsável.
“Na aquisição dos dados, o ‘software’ tem um algoritmo que calcula diretamente a profundidade em tempo real”, acrescentou, sublinhando que, no final do projeto, será feita a caracterização físico química dos sedimentos na área e ainda a cartografia náutica, que “vai estar disponível ao público para garantir a segurança à navegação neste troço”.
Além da navegabilidade, o projeto transfronteiriço visa ainda reabilitar as infraestruturas portuárias de apoio que existem em ambas as margens e também os acessos àquele troço, a fim de aumentar a segurança da navegação, possibilitando o desenvolvimento de atividades recreativas e turísticas.
De acordo com o capitão de fragata António Peiriço, chefe da brigada hidrográfica, o último levantamento feito por aquela entidade tinha sido em 2012, mas apenas com um sondador de feixe simples, enquanto que agora estão a ser usados equipamentos de alta resolução, permitindo uma cobertura total do fundo do rio e a sua visualização em três dimensões.
“Ainda não terminámos, estamos perto do final, depois temos de verificar todos os dados para ver o que é necessário para tornar o rio navegável”, referiu, apontando para o início do próximo ano a fase de conclusão do processamento dos dados recolhidos.
O levantamento está a ser desenvolvido no âmbito do projeto “Guadiana: Património Natural Navegável”, que decorre do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha.
O projeto tem como parceiros o Instituto Hidrográfico, a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a Docapesca e a Agencia Pública de Puertos de Andalucía.
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