O apelo, com quatro medidas de caráter urgente, foi feito numa carta enviada a António Costa e divulgada aos jornalistas, nas vésperas de uma nova reunião do Conselho de Ministros e um dia depois de o Governo ter reunido com peritos, no Infarmed, em Lisboa, para analisar a situação epidemiológica da covid-19, em Portugal.
As quatro medidas pedidas pela associação são o alargamento da lotação das salas de espetáculo a 100%, e sem marcação de lugar para quem tiver certificado digital ou teste antigénio negativo válido, liberalização de horários e reforço do programa de apoio aos trabalhadores de teatro, música, dança e outras atividades artísticas e literárias.
Num novo esforço de apelo, os promotores de espetáculos consideram que a próxima reunião de Conselho de Ministros "pode marcar a viragem para a economia e nomeadamente para o setor da Cultura", "para aqueles que não têm ou praticamente não têm atividade desde março de 2020".
Os promotores alertam ainda para a necessidade de estas serem "tomadas agora", porque continua a exitir "uma situação desesperante de falta de trabalho para as empresas e profissionais" do setor.
"Precisamos de um calendário efetivo com as regras que nos permitam trabalhar", escreveram na carta, lamentando que os resultados dos eventos piloto não tenham sido ainda tornados públicos, três meses depois de terem acontecido.
Para os promotores, a reabertura plena da atividade cultural é um estímulo para os jovens se vacinarem.
"Não é com festivais, bares e discotecas fechados que os convencemos. Eles têm que ter um sinal claro e objetivo das vantagens da vacinação: o acesso à vida normal", defendeu a APEFE.
Em junho, numa manifestação realizada em Lisboa, de contestação às restrições impostas, Pedro Magalhães, da direção da Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos, estimava perdas "muito superiores" a 100 milhões de euros, este ano, para as empresas que têm os equipamentos para eventos culturais.
A Direção-Geral de Saúde deverá anunciar, nos próximos dias, a recomendação sobre a vacinação contra a covid-19 em jovens dos 12 aos 17 anos, cujo arranque está previsto para 14 de agosto, embora o processo não seja consensual.
A ministra da Saúde, Marta Temido, já disse que os pareceres preliminares da Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 apontam para “uma priorização do grupo etário dos 18 aos 16 anos”, e “uma priorização de vacinação de crianças com comorbilidades na faixa” entre os 15 e os 12 anos, apesar de ter ressalvado que o Governo está preparado para qualquer cenário sobre esta matéria.
Já o coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação avançou, na última reunião no Infarmed, que a vacinação dos jovens de 16 e 17 anos começa no fim de semana de 14 e 15 de agosto, e que os dois fins de semana seguintes estão reservados para os adolescentes dos 12 aos 15 anos. O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo não fez referência a uma limitação aos jovens com comorbilidades, mas condicionou a operação ao aval da DGS.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.179.675 mortos em todo o mundo, entre mais de 195,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.292 pessoas e foram registados 953.059 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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