"Notificamos o proprietário deste edifício para, com caráter de urgência, proceder a uma avaliação técnica da estrutura do prédio, como terá de apresentar à Câmara Municipal do Funchal, de 24 em 24 horas, um relatório de monitorização deste edifício principalmente da fachada e da chaminé", revelou Paulo Cafôfo após uma visita ao local onde enalteceu a intervenção e a articulação entre a Proteção Civil Municipal, as corporações de bombeiros e forças de segurança (PSP, GNR e PJ).

O presidente da autarquia disse ainda que o município cumpriu o seu papel para com o proprietário do edifício, a empresa de construção civil AFA.

"Foram em nove meses, cinco notificações sobre queixas quanto à queda de pedaços de cimento e quanto à intrusão de pessoas estranhas no edifício e quatro vistorias por parte da Fiscalização Municipal", salientou, revelando que o proprietário respondeu por duas vezes "garantindo que tanto a queda de pedaços de cimento como a questão da intrusão tinham sido tomadas em conta com fotos, inclusive, das portas fechadas com cadeados e correntes".

"Não acredito que o proprietário negligenciasse a entrada de pessoas estranhas no edifício", referiu.

Paulo Cafôfo disse ainda esperar receber as avaliações que o Laboratório Regional de Engenharia Civil está a fazer ao edifício e garantiu que enquanto não houver certezas quanto à segurança do mesmo o local continuará interditado.

Referiu também que o proprietário terá, na reabilitação do edifício, que respeitar a fachada do edifício.

O autarca lembrou ainda que no combate ao incêndio foram debitados, em média, por minuto, 12 mil litros de água graças aos novos equipamentos e formação dos Bombeiros Sapadores do Funchal, tendo o mesmo sido dado como extinto cerca quatro horas depois da sua deflagração.

No combate ao incêndio estiveram envolvidos 63 bombeiros e 24 viaturas dos Sapadores, dos Voluntários Madeirenses e de Câmara de Lobos e Municipais de Santa Cruz, tendo sido retirado, na altura, um sem-abrigo que foi assistido no Hospital Central do Funchal assim como foi visto uma outra pessoa a sair do edifício pelos seus próprios meios.

O edifício, de cinco pisos, da Companhia Insular de Moinhos, situado no Largo do Pelourinho, no Funchal, albergava, desde 1929, uma moagem de cereais.

Em 1935 sofreu uma intervenção tendo sido implantada uma chaminé fabril de grandes proporções que constituía uma referência da cidade do Funchal.

Em 2017 o Grupo Sá vendeu o imóvel ao Grupo AFA, que é o atual proprietário, onde pretende construir um hotel de cidade.