“Estamos a proceder à retração da maior parte do dispositivo, todavia existem ainda, em termos forenses, a necessidade de localizar dois importantes componentes do helicóptero, que são cruciais para a investigação dos acidentes aéreos e que são o rotor da cauda e um computador que serve de navegação para o dispositivo”, disse Rui Silva Lampreia, comandante regional da Polícia Marítima do Norte.
O responsável acrescentou que as “peças são fundamentais” e "daí a importância de os localizar, recuperá-los e disponibilizá-los ao Gabinete de Prevenção de Incidentes com Aeronaves para que se consiga ter o máximo de elementos disponíveis para tirarem as melhores conclusões sobre as causas que levaram à queda da aeronave”.
Hoje irá ser montada a estratégia e, no domingo, serão retomados trabalhos de recuperação dos componentes, que estarão a cargo dos mergulhadores forenses da Polícia Marítima e de corporações de bombeiros.
Esta tarde foi encontrado no rio Douro, na zona onde a aeronave caiu ao rio, o corpo do quinto militar da GNR, com 29 anos, que foi vítima do acidente.
O comandante explicou que o corpo se encontrava no limite do perímetro delimitado para a investigação inicial, na zona onde a aeronave caiu na sexta-feira.
“Foi quando terminamos as buscas nessa área que localizamos o corpo que estava em falta”, contou.
Na sexta-feira, já tinham sido localizados os corpos de quatro militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que seguiam no helicóptero que caiu ao rio Douro.
O piloto da aeronave sofreu ferimentos, foi resgatado por uma embarcação de recreio e hospitalizado.
Silva Lampreia referiu que a aeronave “ficou bastante destruída” e que existem vários destroços espalhados pela área primária da investigação.
São, no entanto, peças de pequena dimensão que podem ser facilmente retiradas pelas equipas e mergulhadores, pelo que não vai ser necessário acionar a embarcação com grua que esta manhã tirou o maior destroço do rio, referiu.
Entretanto, segundo Silva Lampreia, a navegação turística foi reaberta de forma controlada, sendo já possível movimentar os navios hotéis.
Durante dois dias foi montada uma grande operação, que envolveu cerca de 200 operacionais.
Em terra, dentro de água e no ar, em helicópteros ou a operar drones, estiveram elementos da Autoridade Marítima Nacional, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a Câmara de Lamego, várias corporações de bombeiros voluntários e os sapadores do Porto, o Exército, a GNR, o INEM, a Cruz Vermelha Portuguesa, o Instituto de Medicina Legal, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, o Gabinete de Prevenção de Incidentes com Aeronaves, a Marinha e o Instituto Hidrográfico.
O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.
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