A chefe do executivo, por seu lado, acusou os manifestantes de “sabotagem” e ordenou o corte da Internet móvel, para tentar acabar com a agitação.
O principal jornal diário em língua bengali do país, Prothom Alo, afirmou que pelo menos 95 pessoas, incluindo pelo menos 14 polícias, morreram na violência e o canal de notícias Channel 24 noticiou pelo menos 85 mortes.
Os militares anunciaram que um novo recolher obrigatório estava em vigor hoje à noite por um período indefinido, incluindo na capital, Daca, e noutras sedes de divisão e distrito.
O Governo tinha anteriormente imposto um recolher obrigatório com algumas exceções em Daca e noutros locais.
O número de mortos registados nos protestos e confrontos de hoje, entre os opositores da primeira-ministra, a polícia e os apoiantes do partido no poder tornam este dia um dos mais mortíferos desde o início dos protestos antigovernamentais no país, e eleva o total de mortos para pelo menos 283 desde o início dos protestos em julho.
Os manifestantes exigem a demissão de Sheikh Hasina na sequência dos protestos do mês passado, que começaram com estudantes que exigiam o fim do sistema de quotas para os empregos públicos.
Enquanto a violência recomeçava, Hasina afirmou que os manifestantes que se dedicavam à “sabotagem” e à destruição já não eram estudantes, mas sim criminosos, e disse que o povo devia lidar com eles com mãos de ferro.
O partido no poder, a Liga Awami, afirmou que a exigência de demissão de Hasina mostrava que os protestos tinham sido assumidos pelo Partido Nacionalista do Bangladesh, principal partido da oposição, e pelo partido Jamaat-e-Islami, agora proibido.
Também hoje, o Governo anunciou feriados de segunda a quarta-feira. Os tribunais foram encerrados por tempo indeterminado. O serviço de Internet móvel foi cortado e a rede social Facebook e as aplicações de mensagens, incluindo o WhatsApp, ficaram inacessíveis.
Pelo menos 11 mil pessoas foram detidas nas últimas semanas, com a agitação civil a provocar o encerramento de escolas e universidades em todo o país.
Comentários