“O relatório refere tudo o que foi a atividade do gabinete ao longo de 2017, entre algumas das preocupações que são constantes nas mensagens que os telespetadores me enviam, creio que posso reter que nem sempre a língua portuguesa é bem tratada quer na informação, quer na ficção ou entretenimento e, portanto, os telespetadores dão conta disso e exigem um maior respeito. Uma segunda questão diz respeito ao facto de estarem menos contentes com ter, em simultâneo, a mesma programação na RTP1 e na RTP3”, disse à Lusa, o provedor do telespetador à margem de uma audição parlamentar na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
Conforme indica Jorge Wemans, a RTP está há pouco mais de um ano na Televisão Digital Terrestre (TDT) e, por ser, um canal de acesso livre, os portugueses “querem que represente um ganho, aumentando a diversidade da oferta e não [sendo] apenas uma repetição daquilo que podem ver na RTP1".
Durante a ronda de intervenções, os partidos questionaram ainda o responsável sobre a ausência de questões vindas dos espetadores da Madeira e dos Açores, a eficácia das recomendações do provedor, a diversificação de conteúdos e produções próprias, a atenção dada aos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], ao desporto e às touradas.
Face à falta de representatividade dos Açores e da madeira, o provedor admitiu que existe um défice na difusão do seu programa, garantindo que hoje existem condições para uma maior presença e proatividade para com os cidadãos.
No entanto, em relação aos telespetadores dos PALOP, Jorge Weamns defendeu que a maioria das mensagens que lhe chegam são de “contentamento” em relação à RTP África.
Relativamente às touradas, o responsável disse que assumiu uma posição “bastante discreta”, uma vez que o assunto já foi debatido em várias instâncias.
“Não creio que o provedor tenha de ser uma parte ativa deste processo, mas as pessoas que não querem ver touradas na televisão pública, não viram bem esta minha posição”, vincou.
No que toca aos conteúdos apresentados, Jorge Wemans disse que a RTP apresenta “seguramente, a oferta mais diversa”, o que, por sua vez, pode criar alguma “tensão na capacidade de agregar público”.
“Acho que hoje as séries são, globalmente, melhores, mas esta não é uma aprendizagem da televisão, é do audiovisual português. É um caminho em que muita gente está envolvida e que não vai ter a explosão que o sistema de telenovela teve. […] Preocupa-me ainda a quantidade de informação de futebol. Por exemplo, o Bom Dia chega a ter no arranque de notícias, seis minutos sobre futebol”, considerou.
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