Em declarações aos jornalistas no Tribunal Constitucional, em Lisboa, após a entrega da lista de candidatos do PS ao Parlamento Europeu, Marta Temido foi questionada se as eleições de 9 de junho poderão ser uma nova prova de força entre PS e PSD após as legislativas de 10 de março.
“Não, não temos esse receio porque sabemos que os portugueses, sobretudo ao longo da campanha, vão conseguir entender que esta é uma disputa diferente, é uma disputa que é muito importante, que tem instituições nas quais se joga muito do nosso futuro, portanto, é uma eleição que tem um valor próprio e os portugueses, até no último inquérito do Eurostat, mostram compreender bem o que é a importância da Europa e cada vez mais estão conscientes disso”, afirmou.
Marta Temido não quis comentar a crítica do primeiro-ministro por o PS ter escolhido alguém que já foi governante e que saiu do Governo.
“Os portugueses conhecem-me, os portugueses conhecem o meu percurso, conhecem as razões que me levaram a apresentar o meu pedido de demissão e seria deselegante fazer qualquer comentário sobre esse comentário”, respondeu.
Questionada se vai cumprir o mandato até ao fim, a antiga ministra da Saúde disse não ter “qualquer plano relativamente a isso”.
“É só essa a resposta que lhe posso dar neste momento, é que o projeto europeu é um projeto demasiado importante e tem-se falado também bastante sobre isso, que precisa de ser de alguma forma rentabilizado em termos da presença de um eurodeputado para se pensar nessa possibilidade”, acrescentou.
À pergunta se uma candidatura à Câmara de Lisboa fica fora de questão, Marta Temido disse entender que “na vida das cidades se joga muitos dos grandes desafios do nosso tempo” e que considera que liderar uma autarquia é para si um projeto sedutor.
“Mas isso não significa mais do que aquilo que estas palavras querem dizer. É uma apreciação e não um compromisso com um projeto, o compromisso com um projeto é este que esta equipa, da qual eu sou só transitoriamente a cabeça de lista, porque seremos todos os eurodeputados, tem com os portugueses”, salientou.
Sobre vários dos candidatos do PS ao Parlamento Europeu terem sido também eleitos à Assembleia da República, a cabeça de lista disse que são “candidatos pelo povo, pelos portugueses” e vão “defender os mesmos valores e defender as mesmas causas”.
A candidata socialista salientou que a lista do PS “pretende representar um sinal de que cidadãos de várias origens podem estar na Europa a representar os portugueses e trazer a sua voz mais para a Europa”.
Marta Temido assinalou que o PS é um “partido profundamente europeísta” e que tem um “compromisso com uma atitude proativa em relação ao projeto europeu”, acreditando que “há na arquitetura europeia instrumentos que, se bem utilizados, permitem responder melhor às expectativas dos cidadãos europeus e dos portugueses”.
“A nossa família política ao nível da Europa é aquela que representa maior força progressista e há muito trabalho a fazer para que os resultados da Europa sejam uma realidade no nosso dia a dia, em termos de melhoria da qualidade de vida, em termos de uma sociedade mais democrática e em termos daquilo que é o cumprimento do grande projeto europeu, que é um projeto de paz e prosperidade para todos”, defendeu.
O PS venceu as últimas eleições europeias, em 2019, conseguindo eleger nove eurodeputados.
Marta Temido esteve no Tribunal Constitucional acompanhada por outros candidatos do PS ao Parlamento Europeu, como Ana Catarina Mendes ou João Soares.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e o segundo candidato, Francisco Assis, não estiveram presentes na entrega da lista.
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