Ana Catarina Mendes falava aos jornalistas no final de duas horas de reunião da Comissão Política Nacional do PS, que se destinou sobretudo a analisar os resultados das eleições autárquicas de domingo passado.

Questionada sobre a forma como a direção do PS está a acompanhar a evolução interna no PSD, depois de Pedro Passos Coelho ter anunciado na terça-feira à noite que não se recandidatará ao cargo de presidente do seu partido, a "número dois" da direção dos socialistas referiu que os sociais-democratas ainda terão um congresso para debater as suas linhas programáticas.

"Espera-se que o PSD possa gerir a sua situação interna e que daí resulte uma liderança que se reconcilie com os portugueses e que seja capaz de diálogo, de consenso e de construir. Espera-se que surja isso e não um PSD azedo ou zangado com os portugueses", declarou Ana Catarina Mendes.

Ana Catarina Mendes advogou depois que, no quadro do regime democrático, o PS "sempre esteve disponível para dialogar com todas as forças políticas", visando, sobretudo, "retirar Portugal da situação em que caiu nos anos de austeridade".

"O PSD terá um congresso para debater as suas linhas programáticas. Esperamos que saia um PSD reforçado, dialogante e reconciliado com os portugueses", reforçou.

A secretária-geral adjunta do PS fez também uma alusão direta aos resultados registados pelo PSD nas últimas eleições autárquicas, particularmente em Lisboa.

"Estas eleições autárquicas demonstraram uma ausência de projeto por parte do PSD, o que explica a derrota que teve. Em Lisboa, por exemplo, foi sintomático que a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, tenha obtido aquele resultado [à frente da candidatura social-democrata de Teresa Leal Coelho], precisamente por causa da descrença do eleitorado de direita no atual PSD", acrescentou.