Esta posição consta de uma carta enviada pela secretária-geral Adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, ao presidente do PES, Sergei Stanishev, depois de o presidente do Eurogrupo, numa entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na segunda-feira, ter acusado os países do sul de gastarem o dinheiro "em copos e mulheres".
"Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda", afirmou Jeroen Djisselbloem, cujo partido na Holanda faz parte do PES.
Para a secretária-geral Adjunta do PS, as declarações do presidente do Eurogrupo sobre os países do sul da Europa "são ultrajantes e contrárias aos valores fundamentais do projeto europeu".
"Merecem uma forte e imediata condenação da nossa família política. As palavras utilizadas são ofensivas, mesmo xenófobas, e não podem ser toleradas por nenhum partido político europeu e especialmente pelo nosso Partido Socialista Europeu (PSE)", frisou.
Na carta, à qual a agência Lusa teve acesso, a "número dois" da direção do PS refere também que, "infelizmente, não é a primeira vez que o presidente do Eurogrupo expressa publicamente a sua visão estreita contra a solidariedade e unidade dos Estados-membros da União Europeia".
"É tempo de a nossa família política reagir, condenando estas palavras vergonhosas e distanciar o PSE e todos os nossos partidos das opiniões do senhor Jeroen Djisselbloem", defende.
Mas a secretária-geral adjunta do PS vai mais longe e manifesta-se desde já contrária à hipótese de os socialistas europeus poderem equacionar um apoio à recandidatura do ministro das Finanças holandês à presidência do Eurogrupo.
"É agora evidente que alguém que partilha estas opiniões não reúne condições para exercer as funções de presidente do Eurogrupo. E o PSE deve retirar qualquer apoio político à sua candidatura", salienta Ana Catarina Mendes na mesma carta.
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