Estas posições foram assumidas por Carlos César no debate quinzenal com o primeiro-ministro, num discurso em que defendeu a tese de que o país, "ao contrário das projeções da oposição, vive em estabilidade política, institucional e social".
Na sua intervenção, o presidente do PS classificou como uma "fantasia" a ideia de que Portugal teve uma "saída limpa" do Programa de Assistência Económica e Financeira em maio 2014, apontando como exemplo disso mesmo "a herança" que o atual Governo recebeu ao nível do sistema financeiro.
"Por incúria do Governo anterior, o Banif teve de ser resolvido. O Novo Banco é impossível de ser vendido pelo preço que o anterior executivo garantia e a Caixa Geral de Depósitos teve de ser recapitalizada. Tudo isto custou dinheiro, muito dinheiro", referiu.
De acordo com Carlos César, todas as operações a que o atual Governo socialista foi obrigado a adotar ao longo deste ano teriam custado "bem menos se, no tempo próprio e com os recursos então disponibilizados para estabilizar o setor financeiro, o anterior executivo tivesse agido atempada e de forma competente".
O presidente do Grupo Parlamentar do PS pegou também na ideia de "falta de comparência" usada minutos antes pelo seu homólogo social-democrata, Luís Montenegro, mas agora para criticar o Governo PSD/CDS-PP e, sobretudo, o Banco de Portugal, por causa da questão dos "lesados do BES e do Banif".
"Foi essa mesma atitude de falta de comparência, embora com maior responsabilidade também do Banco de Portugal, que esteve na base do problema dos lesados, quer no que diz respeito ao BES, quer no que concerne ao Banif. A oposição legou-nos a ilusão da chamada saída limpa [do programa da ‘troika'], mas o que nos deixou foi um terreno minado com elevados custos para todo o país", acrescentou.
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