“É já pública a recusa de um dos municípios vizinhos em aderir à solução em cima da mesa para a constituição da empresa intermunicipal Águas de Viseu. Adivinha-se que outros se seguirão”, afirmou Pedro Baila Antunes durante a reunião pública de Câmara, aludindo ao município de Penalva do Castelo.

O vereador socialista disse temer que se tenha andado a “perder tempo vital face à resolução de um problema urgente”, considerando que “a proposta de solução submetida para a Águas de Viseu era a crónica de uma morte anunciada”.

Em setembro de 2017, os municípios de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, São Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva e Vouzela celebraram um acordo para a constituição da empresa intermunicipal, estando agora o processo em fase de aprovação nas câmaras e assembleias municipais.

“O tempo urge, o que se seguirá? Qual é o plano B? Finalmente teremos uma atitude proativa articulada e equilibrada para apurar uma melhor solução intermunicipal, para resolver os problemas infraestruturais de abastecimento e saneamento de água a Viseu e à região?”, questionou Baila Antunes.

No seu entender, “mais uma vez faltou ao executivo [de Viseu] uma boa articulação com os municípios parceiros e, em alguns aspetos formais e fundamentais, a solução era pouco sustentável”.

O vice-presidente da Câmara de Viseu, Joaquim Seixas, considerou que não está em causa a viabilidade da constituição da empresa intermunicipal.

“Não põe em causa, certamente será encontrada a solução. Claro que vai dar mais trabalho, vão ter de ser feitas novas atualizações dos estudos, mas dada a dimensão [do concelho de Penalva] não deverá haver grandes alterações”, considerou.

Na opinião de Joaquim Seixas, trata-se de “uma não questão”, até porque “já há três municípios que têm tudo devidamente aprovado”, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal.

“O que está aqui em causa é o interesse público, é o encontrar uma solução que vá ao encontro destes municípios e das suas populações. Se um resolveu mudar de ideias, certamente os outros sete saberão encontrar uma boa solução”, frisou.

Baila Antunes aproveitou a reunião do executivo para chamar a atenção para “mais um atentado ambiental que ocorre no concelho”, a jusante da lixeira selada do Mundão.

“Fiquei alarmado com a continuação da descarga absolutamente descontrolada de águas residuais e afluentes para o solo e meio hídrico envolvente já muito próximo do Mundão”, afirmou o socialista.

Joaquim Seixas garantiu que “tem havido reuniões regularmente entre a Câmara e o Planalto Beirão”, estando o caso do Mundão a ser “devidamente acompanhado e monitorizado”.