Eurico Brilhante Dias acusa Aníbal Cavaco Silva de ter adotado uma linguagem "ofensiva e antidemocrática", no encontro nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), que ocorreu hoje, em Lisboa, onde este acusou o PS de colocar "o país na trajetória de empobrecimento e de profunda degradação política nacional".
Numa mensagem publicada nas redes sociais, Eurico Brilhante Dias defende que Cavaco Silva, "uma personalidade com muitas responsabilidades", teve um discurso ofensivo e antidemocrático.
"A degradação da política é isto. Na senda do comportamento insultuoso dos deputados do PPD/PSD na CPI da TAP, e de um Presidente do partido que procura envolver os serviços de informação na disputa político-partidária, hoje uma personalidade com muitas responsabilidades adotou uma linguagem ofensiva e antidemocrática, numa evidente captura da direita democrática pelos radicais extremistas que não escamoteiam o ódio ao PS", defendeu Eurico Brilhante Dias numa publicação na rede social Facebook.
Num texto em que nunca é referido diretamente o nome do antigo primeiro-ministro do PSD e ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, que hoje dirigiu duras críticas ao Governo e ao PS, Eurico Brilhante Dias lamenta a falta de “respeito por um partido com 50 anos, com milhares de militantes, e que há quase oito anos, com bons resultados, lidera o país em contextos muito desafiantes”.
"Se tudo isto é preocupação pelos resultados económicos que vão aparecendo gradualmente na vida dos portugueses então é ainda mais ilegítimo. Não esqueceremos", conclui o líder parlamentar socialista.
Já João Azevedo, deputado socialista na Assembleia da República e membro do secretariado nacional do PS, defendeu, à margem do IX Congresso do PAN, que decorreu em Matosinhos, no distrito do Porto, que o partido “resiste e é um partido coeso”.
“Cavaco silva já não aparecia a falar neste enquadramento há muitos anos. Portanto, aquilo que o PS entende é que o professor Cavaco Silva veio servir de muleta para que o Dr. Luis Montenegro conseguisse catapultar-se para um posicionamento político-partidário que lhe desse alguma vantagem junto da sociedade portuguesa, que não está a acontecer”, afirmou João Fazenda, que define o discurso de Cavaco Silva como um “discurso de raiva e de ódio”.
“Não se percebe bem o porquê deste ataque tão violento que aconteceu ao PS, acaba por ser uma muleta do atual líder do PSD e representa claramente a preocupação do PSD que tem hoje um líder que não se consegue afirmar junto da sociedade portuguesa”, salientou.
O PS, disse, vai “continuar a defender os portugueses e as portuguesas com medidas concretas”, sendo um partido que "resiste e não está violentado", é "coeso" e "está preparado para ajudar a governar este país".
“É uma polémica que junto das pessoas, em alguns casos pode funcionar, mas aquilo que é importante é referir que as pessoas estão preocupadas com os seus problemas de vida, com o seu dia-a-dia, e o Governo tem que governar para contribuir que essa vida seja melhor e mais feliz”, finalizou.
*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pela jornalista Ana Maria Pimentel
*Com Lusa
(Artigo atualizado às 22h30)
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