"Eu acedi, no site da oficial da Câmara do Porto, a uma notícia que tinha como título 'Executivo Municipal vota na próxima terça-feira reduzir tarifa da água em 2%', já sabia que não era verdade, é falso porque o presidente tinha dito que era só na tarifa base. Portanto, dizer que a tarifa da água baixa 2% é mentira e acho mal que o site oficial da câmara induza os portuenses nesse erro", afirmou o vereador do PSD, Álvaro Almeida, na reunião de câmara de hoje.

Segundo o social-democrata, os resultados da Águas do Porto, que ascendem a seis milhões de euros, permitiriam fazer "esta redução mais de cem vezes e ainda assim a empresa teria resultados positivos".

"Em princípio era uma boa notícia, mas depois fui fazer contas e cheguei à conclusão que a poupança de cada fatura será de seis cêntimos por mês. Dizer que uma medida que reduz a fatura da água seis cêntimos por mês terá um impacto em todos os munícipes, desculpe, mas é criar ilusões, expectativas falsas, enganar os portuenses ", declarou.

A proposta aprovada hoje, com a abstenção do PSD, prevê a redução do preço da tarifa base da água em 2% para 2019, descida que, segundo a mesma, terá "um maior impacto nas famílias numerosas".

Em resposta, o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, desafiou o PSD para, na base das "fake news", apresentar uma recomendação na próxima reunião do executivo "a dizer que uma redução de 2% na tarifa base, na medida em que representa apenas seis cêntimos, para o PSD não é uma redução (...) é um aumento", sublinhou.

Para o Rui Moreira, Álvaro Almeida devia era estar preocupado "se a Águas do Porto fosse mal gerida e perdesse dinheiro".

"Até porque assim, quem sabe, um dia, se voltar ao governo nesta cidade pode privatizar as águas, como já privatizou muitas coisas que faziam muito dinheiro", atirou.

"Nós vamos baixar seis cêntimos na tarifa base e se são apenas seis cêntimos é porque a água já é barata. E, em segundo lugar, (...) não estamos a refletir nos portuenses um cêntimo do aumento do custo da água que nós compramos [acréscimo de 2,48%]", acrescentou.

Também o vereador do Partido Socialista Manuel Pizarro defendeu que esta é uma proposta positiva, ainda que se possa discutir se é possível reduzir mais.

Já para Ilda Figueiredo da CDU, esta proposta devia ter em conta um tarifário diferente para coletividades e, em particular, as hortas biológicas.

O vereador do PSD insistiu, contudo, que esta redução não tem qualquer impacto, até porque, a fatura da água dos portuenses vai subir 30 cêntimos por mês para uma família que consuma 10 metros cúbicos de água, por conta da taxa de resíduos.

Em resposta, o vice-presidente da câmara, Filipe Araújo, explicou que este aumento decorre da necessidade de cumprir um imperativo legal que obriga a que taxa de cobertura dos custos seja total e não como acontecia há cinco anos atrás, altura em que o município financiava cerca de 50% desta cobertura.

Ainda assim e segundo aquele responsável, com a exceção de Valongo, o Porto é a cidade da área metropolitana onde o preço da água é mais baixo.

A proposta de ratificação da atualização tarifária do serviço de gestão de resíduos urbanos para 2019, proposta pela Empresa Municipal de Ambiente do Porto, E.M., S.A foi aprovada com votos contra da CDU e do PSD e a abstenção do PS.