Apesar de ainda faltarem apurar cinco freguesias (pelas 00:20) e nove consulados, e estarem ainda por distribuir sete eurodeputados (do total de 21), o presidente do PSD, Rui Rio, já assumiu que o partido terá mantido os mesmos seis eurodeputados que elegeu em 2014.

Em europeias, o pior resultado do PSD tinha sido há cinco anos quando, em coligação com o CDS-PP, conseguiu 27,7% dos votos, numa lista também liderada por Paulo Rangel.

Sozinhos, o pior resultado dos sociais-democratas foi em 1999, com 31,1% dos votos, com Pacheco Pereira como ‘número um”.

Há cinco anos, a diferença entre PS — que venceu as eleições — e a coligação PSD/CDS-PP foi inferior a quatro pontos percentuais, enquanto os resultados provisórios de domingo apontam para mais de 11 pontos a separar as duas forças políticas.

Até em legislativas, o resultado de hoje deverá bater o pior registo do PSD, que aconteceu em 1976, quando o partido então liderado por Francisco Sá Carneiro conseguiu 24,35% dos votos, nas segundas eleições em democracia.

O melhor resultado de sempre do PSD em europeias ocorreu logo nas primeiras eleições que se realizaram em Portugal para o Parlamento Europeu, em 1987, numa lista encabeçada pelo ex-líder do PSD e agora presidente do partido Aliança Pedro Santana Lopes, com 37,5% dos votos.

Com o resultado de domingo, o PSD perdeu cinco das oito eleições europeias, só tendo vencido em 1987, em 1989 (32,8%, com António Capucho a cabeça de lista) e em 2009, na primeira disputa de Paulo Rangel, que conseguiu 31,7% dos votos.

Os eurodeputados eleitos pelo PSD, a confirmar-se a manutenção de seis lugares, foram Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Aguiar.

Na leitura dos resultados, Rui Rio considerou que, ainda assim, o PSD subiu em relação a 2014, uma vez que — como fez ao longo da campanha — considera que os sociais-democratas terão tido então 19% a 20% dos votos, sendo os restantes 7% a 8% atribuíveis aos sociais-democratas.

Contudo, como os objetivos traçados tinham sido vencer as europeias ou, pelo menos, subir o suficiente para aumentar a representação no Parlamento Europeu, Rio assumiu que não foram cumpridos.

“Não vale a pena estar com floreados a tentar ler números onde eles não existem”, afirmou, defendendo que “o primeiro passo para amanhã as coisas correrem melhor, é reconhecer os erros de hoje”.