"Se antes das eleições este Governo quiser fazer alguma coisa de estrutural [no combate à pobreza], temos toda a disponibilidade para colaborar porque ser oposição é também defender o interesse nacional e não estar sempre a dizer mal de tudo", afirmou Rui Rio aos jornalistas.
O líder do PSD falava após se ter reunido com o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira, na sede do PSD, no Porto.
Segundo Rui Rio irá ocorrer em breve uma outra reunião entre Jardim Moreira e os membros da área social do Conselho Estratégico e Social do PSD, para que depois seja inscrito no programa eleitoral uma estratégia de combate à pobreza.
Numa alusão ao relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que dá conta de que uma família pobre portuguesa precisará de cinco gerações para sair desse cenário, o dirigente social-democrata considerou-o "inaceitável num país que se quer desenvolvido" e que "faz parte da União Europeia".
No rescaldo da reunião, Rui Rio observou ainda que "qualquer programa de luta contra a pobreza tem de ter a participação muito ativa das autarquias", juntando as "câmaras e as juntas de freguesia" nesse esforço com as "Instituições Particulares de Solidariedade Social", pois a sua execução "requer muita proximidade".
Considerando ser o estado central "muito importante para definir uma estratégia nacional", alertou para o facto de as "autarquias serem vitais" nessa execução.
O padre Jardim Moreira mostrou-se muito critico das políticas dos sucessivos governos em relação à pobreza, enfatizando ser um problema que "só se resolve com uma intervenção estrutural e multidimensional" e que de outra maneira "tal não é possível, continuando-se a alimentar os pobres sem acabar com a indignidade humana".
Insistindo que a "questão é política" o dirigente referiu que "desde o 25 de Abril que o número de pobres em Portugal anda entre os 18% e 20%", especificando que quando "há uma melhoria económica baixa para 18 e quando piora vai para 20".
"E não saímos daqui! Quer dizer que a percentagem média em Portugal se mantém porque a estrutura que a produz é a mesma".
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