Em declarações à Lusa a propósito do debate do , na quarta-feira, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, defendeu que “há já evidências de que a política financeira deste Governo tem impacto na vida das pessoas”, acusando o Governo “de uma austeridade manhosa porque não assumida” ao aumentar impostos indiretos e piorar a qualidade dos serviços públicos.

“Mais listas de espera nos hospitais, cirurgias adiadas, escolas encerradas, transportes públicos com muito menos ofertas e pior serviço. E, agora recentemente, um sistema de Proteção Civil que colapsou no exato momento em que as pessoas precisavam dele — com perdas humanas como nunca antes tinha acontecido — e uma estrutura de defesa que não cuidou de garantir a própria segurança”, criticou, numa referência aos incêndios que provocaram pelo menos 64 mortos e ao roubo de material de guerra em Tancos.

O líder parlamentar do PSD defendeu, por outro lado, que o Governo ficou “muito aquém do que era esperado” em termos económicos e que apenas conseguiu reduzir o défice “a comprimir a um ponto nunca antes visto o investimento público e a fazer cortes na despesa que não quis anunciar ao país com transparência”.

“Isto denota que não há milagres, o Governo conseguiu um défice inferior a 3% – isso foi fundamental para o país – mas conseguiu fazendo o contrário daquilo que disse”, afirmou Montenegro.

Na mesma linha, o líder parlamentar do CDS-PP Nuno Magalhães exigiu transparência ao primeiro-ministro António Costa no debate do estado da Nação.

“Que diga onde e quais os programas, quais as obras em concreto na saúde, educação, forças de segurança e Forças Armadas que, por força das cativações, deixaram de ser feitos, até para sabermos qual é o estado real da Nação”, afirmou.

Para Nuno Magalhães, hoje “há dois estados da Nação”: “Há o que o senhor ministro das Finanças com um truque orçamental inventou e o estado real”, acusou, dizendo que ambos “estão separados por mil milhões de euros”.

O líder parlamentar do CDS-PP considerou que a tragédia dos incêndios e o roubo de armamento pesado em Tancos marcarão “de forma inevitável” o debate.

“O país neste momento debate-se com uma forte crise de confiança nas entidades do Estado, nomeadamente as que têm a ver com a soberania, segurança e defesa nacional”, criticou.

Apontando a “descoordenação política” e a “vulnerabilidade do Estado” como duas das matérias que o CDS levantará no debate, Nuno Magalhães espera ainda que o primeiro-ministro, António Costa, rompa com o “ensurdecedor silêncio” em relação aos pedidos de demissão do partido dos ministros da Defesa e da Administração Interna.

Por seu lado, o líder parlamentar do PSD responsabilizou a opção do Governo de ter feito uma “aliança política” com PCP, BE e Verdes pelo que disse ser “uma ausência de ímpeto reformista”.

“O governo não vai poder anunciar nenhuma grande reforma neste debate do Estado da Nação”, lamentou.

Para Luís Montenegro, uma das novidades do ano político é precisamente o comportamento dos partidos da chamada ‘geringonça': “O BE e o PCP batem palmas a tudo isto. Simulam ao fim de semana que são oposição mas durante a semana no parlamento viabilizam todas as propostas do Governo”.

As declarações de PSD e CDS-PP foram feitas à Lusa antes de serem conhecidas as demissões dos três secretários de Estado — Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira -, a pedido dos próprios, que solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016 a convite da Galp.

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