“Exigimos um pedido de desculpas aos portugueses, às famílias que estão hoje a sofrer este flagelo e também a muitos milhares de pessoas que estão no terreno a combater os incêndios florestais”, afirmou o líder social-democrata, referindo que as declarações da governante exemplificam “o estado em que está o Governo”.
“O Governo está em roda livre. Os membros do Governo estão a dizer coisas que são absolutamente inauditas e que nós entendemos com grande perplexidade e estupefação”, acrescentou, em declarações aos jornalistas.
Em entrevista à SIC Notícias, na sexta-feira, a secretária de Estado da Proteção Civil afirmou que os “algoritmos e dados dizem que a área ardida” deveria “ser 30% superior”, considerando ainda que, “apesar da complexidade, o dispositivo tem estado a responder bem”.
“Dizer ao país, numa altura em que tanta gente está a sofrer no terreno, que, afinal de contas, está tudo a correr mais ou menos bem, porque estimava-se que ainda devia ter ardido mais 30 por cento do que já ardeu, porque há um misterioso algoritmo no Ministério da Administração Interna, é de facto de uma perplexidade”, observou o líder social-democrata, rematando: “Há aqui uma grande desorientação no Governo, na esteira do que acontece noutros setores”.
Luís Montenegro visitou a 41.ª edição da Feira Agrícola do Vale do Sousa — Agrival, em Penafiel, no distrito do Porto, que decorre até domingo com cerca de 350 expositores.
O líder partidário lamentou, também, as recentes declarações da ministra da Agricultura depois de a Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP) ter reclamado mais apoios do Governo para o setor fazer face às dificuldades provocadas pela seca.
Luis Montenegro afirmou: “A ministra da Agricultura, perante uma reclamação legítima do setor e de uma das confederações mais representativas, veio dizer: esses senhores deviam é estar a explicar porque é que, aparentemente na campanha eleitoral, apelaram a que não se votasse no PS”.
Para o presidente do PSD, com este tipo de afirmações, o Governo está “em roda livre, onde cada um diz o que quer e não acontece nada”, enquanto, prosseguiu, “o primeiro-ministro está impávido e sereno a assistir à degradação da credibilidade, da autoridade, do respeito e de algum humanismo a quem exerce funções públicas”.
Sobre as reivindicações da CAP, o líder social-democrata disse que o PSD propõe a adoção de medidas equivalentes àquelas que acontecem em Espanha, “que tornem competitivo o setor agrícola”.
Em concreto, Montenegro defendeu “uma ajuda extraordinária para o acesso a fatores de produção, como os combustíveis e a eletricidade e outros, como fertilizantes e vários produtos que são hoje inflacionados, em função daquilo que está a acontecer no mercado de forma generalizada”.
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