Em declarações à Agência Lusa, Simão Ribeiro fez questão de elogiar igualmente as qualidades do outro candidato, Rui Rio: “Entendo que ambos os candidatos são mais sérios, mais bem preparados, mais íntegros e têm uma visão mais reformista para Portugal do que o PS e o primeiro-ministro António Costa”.
“Mas entendo que hoje, na situação atual que se vive no país e no PSD, o perfil que mais se enquadra como sendo capaz de galvanizar o partido para as futuras disputas eleitorais é um perfil de liderança mais próximo do que é o perfil do dr. Santana Lopes”, defendeu.
O líder da JSD elogiou o “programa político coeso e coerente” do antigo primeiro-ministro, considerando que Santana Lopes privilegia áreas como a ação social e a coesão territorial que “dizem muito aos portugueses”.
Simão Ribeiro fez questão de salientar a postura da JSD neste processo interno, no qual a estrutura autónoma não terá uma posição institucional, dando liberdade a cada dirigente e militante de exprimir o seu apoio individual a qualquer um dos candidatos.
“Da mesma forma que sempre lutei pela autonomia da JSD e que sempre exigi ao partido isenção institucional nos processos internos da JSD, entendi que a ‘jota’ enquanto estrutura autónoma não deve institucionalmente tomar posição nos processos internos do PSD”, justificou.
Simão Ribeiro disse estar, nesta matéria, “bastante orgulhoso do comportamento dos militantes da JSD”: “Cada um no exercício da sua liberdade tem apoiado ambas as candidaturas conforme a sua convicção e não numa lógica entrincheirada de fazer política”.
É nesta “lógica de liberdade” que o líder da JSD enquadra o apoio divulgado esta semana pela candidatura de Rui Rio de dez presidentes distritais da JSD (Açores, Aveiro, Braga, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa Área Oeste, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real).
“No dia seguinte às eleições diretas do PSD, seja eleito quem seja, eu sei que os dirigentes da JSD não farão disto nenhuma guerra, e que no dia seguinte a JSD estará unida a apresentar uma moção ao congresso, como sempre faz”, assegurou.
Questionado sobre o argumento que tem sido utilizado pela candidatura de Rui Rio de que os militantes do PSD deveriam escolher o líder que os portugueses preferem, Simão Ribeiro desvalorizou as sondagens que vão sendo conhecidas quanto a esse indicador e lembrou que, em política, “dois anos são uma eternidade” e ninguém pode prever como se afirmará a futura liderança social-democrata.
“Trata-se de uma corrida de fundo e não uma corrida curta: Entendo que o dr. Pedro Santana Lopes tem características pessoais e políticas que fazem dele um líder mais combativo e com maior capacidade de transmitir essa proximidade e essa humanidade”, disse.
Quanto ao papel que poderá vir a ocupar no futuro, uma vez que ambos os candidatos têm defendido que o PSD deve apostar em novos protagonistas, Simão Ribeiro disse estar disponível para que o partido “entender necessário” mas salientou que os cargos que ocupa atualmente de deputado e líder da JSD já lhe conferem “uma enorme responsabilidade”.
Estes apoios são conhecidos depois de, no passado sábado, quer Rui Rio quer Santana Lopes terem estado presentes no Conselho Nacional da JSD, em Coimbra, tendo feito intervenções e respondido a perguntas dos militantes.
O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de janeiro em eleições diretas, com Congresso em Lisboa entre 16 e 18 de fevereiro.
Até agora, anunciaram-se como candidatos à liderança do PSD o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.
O atual presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, já disse que não se recandidata ao cargo que ocupa desde 2010.
Comentários