A informação foi dada aos jornalistas por fonte do grupo parlamentar social-democrata.
A bancada do PSD reúne-se habitualmente de 15 em 15 dias, e a última reunião realizou-se na passada quinta-feira, pelo que a próxima só deveria acontecer a 26 de outubro.
A reunião acontecerá poucas horas antes do debate quinzenal com o primeiro-ministro, no qual o PSD escolheu "o falhanço do Estado" como tema para confrontar António Costa, depois de uma nova vaga de incêndios ter provocado pelo menos 37 mortos entre domingo e segunda-feira.
Hoje à tarde, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, anunciou que o partido vai apresentar uma moção de censura ao Governo em resultado dos incêndios e devido à falha em "cumprir a função mais básica do Estado: proteger as pessoas".
O texto será entregue a partir de quarta-feira no parlamento, o que 'atira' o debate da moção de censura - a primeira do Governo de António Costa - para a próxima semana.
Hoje de manhã, os grupos parlamentares de PSD e CDS-PP opuseram-se à alteração da agenda parlamentar que incluía o debate quinzenal com o primeiro-ministro, na quarta-feira, segundo de três dias de luto nacional pelas vítimas dos incêndios florestais.
PS, BE, PCP e PEV defenderam em conferência de líderes parlamentares alguns reajustamentos na agenda do parlamento, nomeadamente uma eventual sessão evocativa, como tem sido tradição na Assembleia da República, mas sociais-democratas e democratas-cristãos quiseram ter a oportunidade de confrontar o primeiro-ministro em sessão plenária, mantendo-se assim a realização do debate com a presença de António Costa.
As centenas de incêndios que deflagraram, no domingo, no Norte e Centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram pelo menos 37 mortos e 71 de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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