Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final de uma visita à Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, em Lisboa, tendo sido questionado sobre o congresso do PSD que começa na sexta-feira, ao qual não irá, mas estará atento, antecipando ser "muito provável que não haja oportunidade de ir a nenhum outro congresso do PSD".
"Quando termina uma liderança - como tive oportunidade de dizer ao líder ainda em funções [Pedro Passos Coelho] e disse-lhe na viragem do ano e voltei a dizer-lho agora - é que deve-se-lhe agradecer e à sua liderança, nomeadamente como primeiro-ministro, a responsabilidade de governar o país num período muito crítico e muito difícil", disse.
O Presidente da República frisou que "essa gratidão fica reconhecida", destacando que "as pessoas podem concordar ou discordar, mas ninguém negará que foi a crise mais difícil que o país viveu desde o início da democracia e a revolução".
"E desejar ao novo líder [Rui Rio] todas as felicidades porque, se correr bem ao novo líder, isso significa que corre bem ao seu partido e corre bem à sua área política e como eu defendo que é bom para Portugal e para a democracia haver uma área de Governo forte e uma área de oposição forte, é bom que corra bem ao novo líder PSD porque isso é positivo para toda a democracia portuguesa", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa explicou que, devido às suas funções atuais, que não vai "a congressos partidários", mas admitiu que vai estar "atento", até porque "o Presidente da República tem que estar atento a tudo".
"Por maioria de razão tem de estar atento aos congressos partidários. Embora o líder esteja eleito, mas é importante ver a mensagem, um conclave importante na vida de um partido. Isto para todos os partidos", justificou, enumerando que para este ano estão ainda marcados o congresso do CDS-PP, a convenção do BE, a eleição e congresso do PS e o magno encontro de Os Verdes.
Questionado sobre a ida ao congresso do PSD há quatro anos - uma presença de surpresa e cujo discurso levantou então os presentes na reunião magna - o Presidente da República recordou que então saiu do Coliseu de Lisboa "com a noção de que era a última vez que ia a um congresso do PSD", o que justifica, na sua opinião, que se "tenha alongado tanto a fazer a história do partido".
Marcelo Rebelo de Sousa recordou que "há um tempo para tudo", considerando que estava "muito ligado à fundação do partido".
"É muito provável que não haja oportunidade de ir a nenhum outro congresso do PSD", admitiu.
Questionado se foi nesse momento que percebeu qual viria a ser o seu futuro político, o chefe de Estado não demorou a cortar o assunto: "Não percebi nada. Na altura não percebi nada".
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