Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PSD, o vice-presidente do partido Miguel Pinto Luz reagia à demissão da secretária de Estado do Tesouro, anunciada na terça-feira à noite, contabilizando-a como a nona saída no executivo liderado por António Costa, “com nove meses”.

“Numa situação tão crítica para o país, vemos um Governo sem autoridade política a degradar-se todos os dias e os portugueses perguntam, nós perguntamos: quem será o próximo”, questionou.

Pinto Luz disse que o partido aguarda “uma posição urgente, clara, exigida ao único responsável por todo este desgoverno, o primeiro-ministro António Costa”.

O vice-presidente do PSD fez também fortes críticas aos ministros das Finanças e das Infraestruturas e considerou que a demissão de Alexandre Reis só aconteceu à “25.ª hora” e por pressão da “opinião pública, oposição e do Presidente da República”.

“Medina e Pedro Nuno assobiam para ao lado e dizem nada saber, como se um não tivesse a tutela da TAP e outro não tivesse Alexandra Reis como secretária de Estado”, disse.

Questionado se estes ministros deveriam sair do Governo, Pinto Luz remeteu essa decisão para António Costa, reforçando a necessidade de este dar explicações sobre o tema.

“O PSD, através do seu grupo parlamentar, já pediu audições urgentes aos ministros e gestores públicos em causa para o cabal esclarecimento desta situação”, afirmou.

O vice-presidente do PSD deixou ainda um aviso ao executivo: “Se o Governo não souber rapidamente inverter o rumo dos acontecimentos, não restará ao PSD assumir as suas responsabilidades históricas”, disse, considerando que, acima da estabilidade política, está Portugal.

No entanto, questionado se o PSD entende que está em causa o regular funcionamento das instituições, Pinto Luz não quis ir tão longe, repetindo apenas que “os portugueses têm de saber que há um partido que está preparado”.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, demitiu na terça-feira a secretária de Estado do Tesouro, menos de um mês depois de Alexandra Reis ter tomado posse e após quatro dias de polémica com a indemnização de 500 mil euros da TAP.