Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Soares referiu que o atual ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, revelou hoje que o anterior executivo, já depois das legislativas de 10 de março, autorizou um conjunto de despesas “na ordem dos mil milhões de euros, algumas delas sem cabimentação orçamental”.
Para o líder parlamentar do PSD, “isto é de uma tremenda deslealdade, negligência, que põe em causa o que era expectável que fosse a saúde das finanças públicas”.
“Creio que um Governo que, depois das eleições, autoriza despesa na casa dos mil milhões de euros, muita dela sem estar cabimentada, só pode ser acusado de um Governo irresponsável e absolutamente negligente, que quer hipotecar o futuro de quem legitimamente a seguir deveria governar os destinos de Portugal”, acusou.
Por essa razão, prosseguiu Hugo Soares, o Grupo Parlamentar decidiu requerer a audição urgente do anterior ministro das Finanças e atual deputado do PS, Fernando Medina, “para que possa vir prestar esclarecimentos sobre esta situação”.
“Espero que ele aceite”, acrescentou Hugo Soares.
O ministro das Finanças estimou hoje em cerca de 600 milhões de euros o défice registado até ao final do primeiro trimestre deste ano e acusou o anterior Governo de ter aumentado despesa já depois das últimas eleições legislativas.
“A situação orçamental é bastante pior do que o anterior Governo tinha anunciado”, declarou Joaquim Miranda Sarmento no final da reunião do Conselho de Ministros, dizendo que aos 300 milhões de euros de défice registados na última síntese de execução orçamental importa somar mais outros 300 milhões de euros em resultado do aumento das dívidas a fornecedores.
De acordo com o titular da pasta das Finanças, alguns dos aumentos de despesa verificados foram feitos já depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março passado.
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