Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da bancada do PSD Sérgio Azevedo recomendou ao PS e ao Governo que, “se têm um problema com o jornal Expresso, o resolvam com esse órgão de comunicação social”.
“Só deste modo nos poupará ao embaraço de insinuações torpes e fantasiosas sobre uma matéria que, para além de merecer um cabal esclarecimento, como já referiu por diversas vezes o Presidente da República, deve ser igualmente tratada com elevado sentido de Estado”, afirmou.
Para o PSD, a atitude do Governo e do PS sobre o assunto “não tem sido, infelizmente”, reveladora de sentido de Estado.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PS Pedro Delgado Alves acusou hoje o PSD de estar envolvido na divulgação e na tentativa de credibilização de um relatório atribuído pelo semanário Expresso a “serviços de informações militares” sobre o furto de material de guerra nos paióis de Tancos.
“O PSD tem de explicar qual o motivo para ter contribuído de forma irresponsável – numa atitude que não é compaginável com o seu papel de partido estruturante da democracia – na divulgação e tentativa de credibilização de algo que não tem suporte na realidade”, criticou o dirigente do Grupo Parlamentar do PS.
Face às acusações do PS, o deputado do PSD Sérgio Azevedo reiterou: “São fantasias”.
O semanário Expresso divulgou no sábado um relatório, que atribuiu aos “serviços de informações militares”, com cenários “muito prováveis” de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à atuação do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na sequência do caso conhecido em 29 de junho.
No domingo, o ministro da Defesa Nacional admitiu que o noticiado relatório sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido fabricado e que possam existir “objetivos políticos” na sua divulgação.
“Sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações”, afirmou à agência Lusa Azeredo Lopes.
No sábado, o Estado-Maior General das Forças Armadas divulgou um comunicado a esclarecer que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto.
No sábado à noite, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o documento não pertence a “nenhum organismo oficial” do Estado.
Numa nota divulgada posteriormente na sua página da Internet, o Expresso reiterou que “o documento existe e é verdadeiro” e que “foi elaborado, tal como se escreveu, para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária e do Serviço de Informações de Segurança (SIS)”.
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