“Se eu ganhar as eleições e, ainda assim, não conseguir chegar a primeiro-ministro, eu tenho, o partido tem que fazer em paralelo um trajeto em que faça emergir aquele que deve ser o meu sucessor para chegar ao poder. Se eu chegar, a questão não se põe”, afirmou o também recandidato à liderança, em entrevista à TSF.

Rui Rio diz não ter esse nome na cabeça e reconhece que são hoje menos as figuras destacadas do PSD do que há 20 anos: “Não há um leque de escolha brutal, mas há alguns, e outros que estão numa segunda linha e em que é preciso reparar para ver se chegam a patamar de primeira linha”, afirmou.

“Eu acho que é muitíssimo mais fácil o PSD chegar ao poder se eu ganhar as eleições de sábado do que se não ganhar. Se isso não fosse para mim evidente, também não estava a candidatar”, afirmou.

Numa entrevista gravada ao início da tarde de quinta-feira, e questionado se admite entendimentos futuros com o partido Chega, Rio remeteu essa decisão para o momento em que se coloque, de forma real, a necessidade de fazer coligações.

“O Chega é muito jovem, só tem um deputado, é muito difícil perceber o que vai ser dentro de um ano ou dois (…) Acho que é um bocadinho exagerado classificarmos o Chega de fascista ou de extrema-direita. Tem algumas posições extremistas e de perfil populista, se forem ganhando peso no Chega não será possível entendimentos com o PSD, se se forem moderando penso que sim”, disse.

O líder do PSD lamentou os constantes “sobressaltos e obstáculos internos” que considera terem acontecido durante o seu primeiro mandato, mas considerou que a oposição interna não o desgastou só a si ou ao partido, mas também a quem a fez.

“Estou convencido que depois desta eleição, se ganhar, o partido já está mais apto e consciente para censurar os que ainda possam tentar boicotar a direção”, afirmou, avisando que o PSD “não terá grande futuro” se uma parte do partido insistir em não respeitar as decisões das eleições internas.

Sobre a polémica das quotas na Madeira - o PSD-Madeira insiste que poderão votar 2.500 militantes, enquanto a secretaria-regional apenas regista 104 militantes com quotas em dia à luz dos novos regulamentos -, o presidente do PSD reiterou que “as regras têm de ser iguais para todos”, mas remeteu a decisão para o Conselho Nacional de Jurisdição ou, em última instância, para o Tribunal Constitucional.

“Se surgirem 2.500 votos na Madeira, aquele que aceitar esse caderno ilegal está a usurpar os direitos dos 104 que legitimamente podiam votar (…) A consequência que me parece mais evidente é que não pode contar nada”, afirmou.

O presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz são os três candidatos que disputam no sábado a presidência do partido em eleições diretas.

Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se uma semana depois, dia 18, entre os dois candidatos mais votados.

O 38.º Congresso do PSD realiza-se entre 07 e 09 de fevereiro em Viana do Castelo.

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