“O PSD é o instrumento de que eu disponho para servir Portugal, o PSD não é a finalidade da minha candidatura. Se fosse, eu não tinha motivação nenhuma, devo dizer”, afirmou, numa sessão com militantes em Oeiras (Lisboa).
Rio fez este aviso e considerou-o uma repetição “mais violenta” do que dizia há dois anos, na primeira candidatura, quando citava a frase do fundador do PSD Francisco Sá Carneiro, de que primeiro está Portugal e só depois o partido.
“A razão pela qual me predispus a candidatar-me outra vez a presidente do PSD não é o PSD, a razão da candidatura é Portugal e isto tem de ficar claro”, reiterou, recebendo aplausos dos mais de cem militantes presentes, entre os quais os vice-presidentes Nuno Morais Sarmento, David Justino, Isabel Meireles e Elina Fraga.
Por isso, repetiu que “quando estiver em causa o interesse de Portugal e que não seja totalmente coincidente com o interesse conjuntural do PSD”, estará do lado do país, lamentando que nem todos no partido entendam isto.
“Eu não estou aqui contra o PS, contra o PC ou contra o CDS, estou aqui por Portugal”, disse, aconselhando mesmo os que não percebem esta sua visão da política a não votarem nele.
O líder do PSD elencou três eixos centrais para o partido nos próximos dois anos: as autárquicas de 2021, a abertura do partido à sociedade e a construção de uma “oposição credível”.
“As autárquicas são do ponto de vista do partido as eleições mais importantes de todas”, defendeu, considerando que “depois dos vendavais de 2013 e 2017” é “absolutamente imperioso o partido investir em força”.
Como objetivo, Rio voltou a apontar não necessariamente a conquista de mais presidências de câmara, mas de “muito mais vereadores”.
“No Porto, hoje o PSD tem um vereador em 13 e em Lisboa tem dois em 17”, salientou, lembrando que em Oeiras o partido teve apenas 8% em coligação nas últimas autárquicas, sem referir que o candidato foi o atual líder da distrital de Lisboa, Ângelo Pereira, apoiante do seu adversário Miguel Pinto Luz.
Quanto ao estilo de oposição que pretende, o presidente do PSD lamentou que em Portugal se tenha criado uma cultura “do bota-abaixo”.
“Eu ainda sou do tempo em que não era assim (…). Muito do descrédito da Assembleia da República tem a ver com as intervenções que são lá feitas: se for cuidada e sensata tem muito menos hipóteses de ser notícia do que se se fizer uma intervenção descabelada”, criticou.
Antes, o seu mandatário distrital, Paulo Ribeiro, ex-líder da concelhia de Lisboa, reconheceu que criticou Rui Rio ao longo do seu primeiro mandato, mas considera-o agora “o melhor dos candidatos”, elogiando a alteração das regras introduzidas no pagamento de quotas.
“Não é uma questão de secretaria, mas de democracia, não podemos deixar que a eleição dos nossos presidentes seja dominada por sindicatos de voto”, defendeu Paulo Ribeiro.
As eleições diretas no PSD realizam-se em 11 de janeiro - com eventual segunda volta uma semana depois - e, além de Rui Rio, são candidatos à liderança o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz.
Comentários