A marcação do Conselho Nacional extraordinário do PSD que vai votar a moção de confiança à direção nacional dos sociais-democratas, para as 17:00 de quinta-feira, no Porto, tem vindo a motivar críticas dentro do partido.

No final de uma visita a uma fábrica de rolhas de cortiça em Santa Maria da Feira, e questionado pelos jornalistas, Rui Rio disse que só falava sobre empresas.

“Falo sobre empresas que é aquilo que ando a fazer e que eu penso que aos portugueses interessa muito mais do que as tricas de um partido político”, disse.

Esta terça-feira, o ex-líder parlamentar do PSD Hugo Soares criticou a hora escolhida para a realização do Conselho Nacional extraordinário do PSD, no seguimento do que já havia feito na segunda-feira o líder do PSD/Lisboa, Pedro Pinto.

Com a escolha desta hora, Hugo Soares diz que Rui Rio “impossibilita os deputados de participarem num Conselho Nacional decisivo para o futuro do PSD nos próximos anos”.

"Creio que só pode haver um propósito, com toda a franqueza, que é evitar uma participação efetiva dos militantes - dos conselheiros nacionais - nesta decisão. Já houve uma primeira decisão, que foi trocar 100 mil para ouvir 136. Essa foi a primeira decisão do Dr. Rui Rio", acusou.

A reunião do Conselho Nacional extraordinário do PSD para submeter à votação a moção de confiança do presidente Rui Rio realiza-se na quinta-feira, no Porto, às 17.00.

O artigo 68.º dos estatutos do PSD determina que “as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante”.

A reunião surge depois do desafio do antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro ter pedido a convocação de eleições diretas antecipadas e de Rui Rio o ter rejeitado e decidido submeter a direção a um voto de confiança do Conselho Nacional.

O Conselho Nacional é composto por 136 membros, cerca de 70 eleitos e outros tantos por inerência.