No encerramento das jornadas parlamentares do PSD, que decorreram na Guarda, sob o tema “Afirmação e Valorização do Interior”, Rui Rio explicou que este documento a elaborar pelo CEN – um órgão criado por esta direção - terá como base as conclusões do Movimento pelo Interior, liderado pelo dirigente do PSD Álvaro Amaro, e que será para levar à prática quer o partido ganhe ou não as próximas eleições.

“Não adianta propor uma, duas ou três medidas. Ou temos um conjunto de medidas e são para perdurar no tempo, ou não servem para nada (…). Mandar um fogacho para o ar, como é normal na política portuguesa, não serve para nada, é só para conseguir uma manchete de jornal”, disse, considerando que essas medidas serão úteis mesmo sem o PSD no poder.

No entanto, o líder do PSD destacou que estes documentos são abertos a contributos e confessou que ele próprio já tem sugestões a fazer ao da natalidade, como valorizar mais o nascimento do segundo filho do que do primeiro, em termos de apoios monetários.

Depois do primeiro documento sobre a natalidade e a política para a infância, Rio adiantou que o CEN tem “praticamente pronto” outro sobre a reforma da zona euro e, até ao final de julho, deverá apresentar o documento relativo à justiça.

“Em cada canto, em cada esquina cada português, toda a gente sabe, que é preciso uma reforma da justiça, mas é preciso saber do que estamos a falar”, afirmou, reiterando que esta é uma reforma que terá de ser feita com um consenso “o mais alargado possível”.

Rui Rio terá na quarta-feira de manhã a última audiência da ronda que tem promovido desde final de maio na área da justiça, com o Conselho Superior do Ministério Público, órgão presidido pela Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal.

Sobre a questão do interior, Rui Rio responsabilizou as políticas dos governos dos últimos “20, 30, 40 ou 50 anos” pelas assimetrias regionais do país e considerou até que contrariam princípios da social-democracia.

“Ao termos evoluído desta forma, estamos a desprezar um principio da social-democracia, que é a igualdade de oportunidades”, disse, frisando que “não é a mesma coisa nascer em Lisboa, Porto, Braga ou numa vila pequena do interior”.

Por essa razão, Rio manifestou-se contra visões liberais de organização do território e defendeu que é preciso “ter sempre o Estado a regular, a corrigir”, caso contrário “a dada altura o mais forte come sempre o mais fraco”.

“Por isso fizemos recentemente um acordo com o Governo em matéria de descentralização”, justificou, considerando que sem desconcentração - nunca falou em regionalização – “não será possível reequilibrar o país”.

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