Na terça-feira, Medina considerou "absurdo" o debate em torno da mensagem enviada pela empresa municipal de estacionamento da capital sobre os riscos da tempestade Leslie, vincando que serão utilizadas "todas as bases de dados" à disposição para prevenir situações como esta.
"Tenho assistido com uma imensa perplexidade ao absurdo deste debate sobre o envio ou não envio de mensagens pela EMEL. Absurdo, absurdo é ouvir responsáveis da Proteção Civil do país a dizerem que não emitiram mensagens para as populações afetadas porque o protocolo com a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) só lhes permite enviar mensagens em caso de fogos rurais", vincou o socialista durante a sessão plenária da Assembleia Municipal.
Em resposta precisamente aos deputados sociais-democratas, Fernando Medina garantiu que, "em qualquer circunstância análoga", o município usará "todas as bases de dados" que tiver disponíveis para que se cumpra a sua "principal missão, que é proteger a cidade de Lisboa".
Para o PSD, as explicações dadas por Fernando Medina “são insuficientes se não forem seguidas da correção das disfunções que foram identificadas”.
Em declarações à agência Lusa, o vereador João Pedro Costa apontou que “a Proteção Civil não pode desempenhar a sua função com base em favores de outras empresas públicas”.
O autarca social-democrata realçou que deveria ter sido esta entidade a avisar a população “e não a EMEL, que não tem essa missão, e desqualifica a Proteção Civil”.
Assim, afirmou, “a Proteção Civil deve ter a sua base de dados própria e é esse trabalho que deve ser feito daqui para a frente”. Para isso, “é preciso dotar a Proteção Civil de todas as ferramentas para poder atuar quando necessita, e servir os cidadãos”, sublinhou.
“Se a EMEL tem uma boa base de dados, deve utilizá-la para avisar os lisboetas quando têm o carro mal estacionado e antes de rebocar os automóveis”, considerou João Pedro Costa.
“Face à passagem do furacão Leslie e recente avaliação do fenómeno atmosférico estão previstos vento e chuva fortes, afetando a cidade de Lisboa. É importante que se mantenha em casa após 18:00”, pode ler-se na mensagem enviada pela EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, recebida, em alguns casos, já ao final da manhã ou durante a tarde de domingo.
No domingo, questionado sobre estas mensagens, o comandante nacional da Proteção Civil, Duarte Costa, negou qualquer responsabilidade, explicando que só tem "protocolo" para envio de mensagens em caso de risco de incêndio.
O responsável adiantou que o envio de mensagens ainda foi debatido, mas que se chegou à conclusão de que, sem se saber bem onde a tempestade iria passar, as mensagens poderiam ser “extemporâneas e levantar alarmismos”.
A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado à noite e domingo de manhã, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados e causou maiores danos na região centro do país.
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