“Exigimos do Governo que sejam tomadas medidas rapidamente ao nível dos transportes públicos em Lisboa, no sentido de ser vir a resolver esta situação, caso contrário, perante a falta de capacidade de respostas que existe, vemos esta situação com muita preocupação”, referiu o deputado social-democrata Carlos Silva, em declarações à agência Lusa.
De acordo com Carlos Silva, as autoridades estão pouco articuladas, salientando que a AML não tem capacidade de fiscalização.
“Não há no terreno ninguém a fiscalizar as medidas que foram implementadas pelo Governo para o distanciamento social e para as medidas de segurança do uso de máscara”, disse, alertando que “não houve um interagir entre entidades”.
O deputado na Assembleia da República falava após uma reunião na sede da Área Metropolitana de Lisboa, na rua Cruz de Santa Apolónia, onde foram discutidas as medidas que estão a ser tomadas na zona da capital para os transportes rodoviários.
“Chegou ao nosso conhecimento que algumas coisas não estavam bem ao nível dos municípios e fundamentalmente dos cinco municípios que estão neste momento debaixo de um tratamento especial na contenção da crise sanitária”, afirmou, sublinhado que os transportes públicos são “um dos principais focos de propagação da pandemia”.
Estão em vigilância ativa 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), correspondendo à totalidade dos concelhos de Odivelas (4) e Amadora (6), seis do município de Sintra, duas de Loures e uma de Lisboa.
Para Carlos Silva, um dos pontos nevrálgicos de propagação da covid-19 é na zona de ‘interfaces’, considerando que deveria haver meios de obtenção de dados sobre potenciais infetados nos transportes.
“Uma coisa na nossa ótica que seria fundamental, é que, enquanto autoridade, a [AML], com devido sigilo, ter informação sobre uma determinada carreira, num determinado horário, se circulou alguém infetado”, indicou, lembrando que “não existe qualquer meio tecnológico para fiscalizar” o distanciamento de segurança”.
À Lusa, o deputado social-democrata salientou ainda a falta de oferta e a situação de ‘lay-off’ das empresas, acrescentando que o aglomerado de pessoas torna a situação da pandemia incontornável.
“É incompreensível que numa situação de pandemia, onde os transportes públicos são uma das principais zonas de impacto, ainda existam empresas em ‘lay-off’”, disse.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 501 mil mortos e infetou mais de 10,16 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.568 pessoas das 41.912 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Comentários