"Ontem [terça-feira] fomos surpreendidos por declarações do senhor ministro da Administração Interna, que veio à Madeira anunciar que o Estado não estaria disponível para suportar os custos necessários para voltarmos a ter este helicóptero ao serviço já durante o próximo ano", disse o deputado João Paulo Marques em conferência de imprensa junto à sede do Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal.
O ministro Eduardo Cabrita referiu, durante uma visita à região autónoma, que "a Proteção Civil é uma matéria de responsabilidade regional", pelo que o executivo nacional não irá "violar as competências regionais", sublinhando, no entanto, que pretende "garantir toda a cooperação futura dentro deste princípio".
Sobre o helicóptero utilizado este ano pela primeira vez na região para combate a incêndios, o governante disse que irá "respeitar o que foi acordado" e assumir 490 mil euros com IVA.
O executivo regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, investiu, por seu lado, 1,2 milhões de euros para ter o meio aéreo operacional.
"Neste momento, com esta recusa por parte do Governo da República, terão que ser novamente os madeirenses, o Governo Regional, a suportar todos os custos da vinda do helicóptero para a região", disse o deputado João Paulo Marques, sublinhando que o Estado "abandonou" a região e "não é solidário" com a Madeira.
"A questão mais importante é saber porque é que a Madeira é a única região do país em que o Estado se recusa a suportar os custos para a existência de meios aéreos para combate a incêndios", disse.
Desde que está na Madeira (15 de junho), o helicóptero foi utilizado 10 vezes, sendo cinco no ataque inicial a um incêndio e as restantes com o fogo em fase já ampliada, tendo efetuado 100 descargas, num total de 100 mil litros, informou o responsável insular.
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